Miró e a estranheza da impossibilidade

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Joan Miró, Personatges i ocells de festa per la nit que s'acosta
Sempre que um dia corre muito estranho (ontem madruguei com um madrigal), é hábito meu (já antigo) recorrer a uma pintura de Miró, na tentativa de entrar dentro da ligação que se estabelece entre tempo, mente e cognição a partir de uma determinada informação concreta.
A pintura (personagens e pássaros...) escolhida (como "ferramenta" intelectual) para interpretar o mundo, prende-se com a vontade de contrariar a ideia da construção de mundos possíveis. Tudo o que existe é (tão só) a interpretação (cristalizada por vezes em ideias) que fazemos dos mundos possíveis: um mundo possível corresponde à maneira como as coisas podem ser, a ideia que os une é a ideia de similaridade.
Acontece que a pintura de Miró remete para mundos impossíveis. Um mundo impossível corresponde a uma forma de como as coisas (e as situações) não podem ser: os mundos impossíveis são estranhos, remetem para a condição da estranheza da impossibilidade
Concluindo:
- as situações impossíveis são relevantes não só para questionar conceitos utilizados na construção de mundos possíveis (causalidade, omissão, habilidade, disposição) quanto são determinantes para entender que a verdade sempre se desvela (de forma estranha e imprevisível) quando algo se esconde.
Adenda
Ligeiramente a propósito: eis uma notícia interessante...
Adenda (mensagem recebida)
Imagine só, meu caro admirador de mim (mesmo quando estou zangada sem razão alguma), imagine só a quantidade (variada) de imagens que eu descobri para ilustrar "a condição da estranheza da impossibilidade". Não consegue imaginar, olha a novidade nenhuma! Aí tem uma (rimou, ups), linda: linda imagem, linda eu...
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