Rizoma: botânica e filosofia
(Mensagem recebida)
Sei, meu caro admirador da minha
inteligência e da minha proverbial perspicácia, sei que já percebeu o sentido da imagem que hoje
lhe envio: nem mais nem menos, uma imagem (dupla) de um rizoma. Como é que é? Não
percebeu? Não! Vida! Não percebeu... Adiante, pois bem, eu explico. Ando a ler um livro do Gilles Deleuze e dei de caras com a definição que ele e o Félix Guattari dão de rizoma: "O que Guattari e eu chamamos rizoma é precisamente um caso de sistema aberto. Volto à questão: o que é a filosofia? Porque a resposta a essa questão deveria ser muito simples. Todo o mundo sabe que a filosofia se ocupa de conceitos. Um sistema é um conjunto de conceitos. Um sistema aberto é quando são relacionados a circunstâncias e não mais a essências. Mas os conceitos não são dados prontos, eles não preexistem: é preciso inventar, criar os conceitos, e há aí tanta invenção e criação quanto na arte ou na ciência". Já percebeu? Haja Deus, já não era sem tempo. Claro que sim, pois claro que sim, o Deleuze inspirou-se na botânica, olha a novidade; e sim, concordo, rizoma é um conceito mais poderoso que os conceitos de árvore ou de labirinto (ou até de rede) para explicar a complexidade do sentido da vida. Eu sou o seu rizoma? Sou? Gosto e gosto, e gosto que o saiba e gosto que o diga. Tanto gosto e quanto gosto, que até penso que a minha escrita (adoro enviar-lhe mensagens) é um meu auto-retrato, disfarço-me no que escrevo, shiu, agora, shiu, até parece que o estou a ouvir sussurrar (emocionado) no meu ouvido de pele seda: é linda, é o rizoma de mim.
Adenda
Um dia destes, com os meus olhos grandes à proa de um sorriso catita, hei-de falar consigo sobre neuroplasticidade e filosofia. Que lhe parece?
Adenda
Um dia destes, com os meus olhos grandes à proa de um sorriso catita, hei-de falar consigo sobre neuroplasticidade e filosofia. Que lhe parece?
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