Comportamentos, amígdala e o efeito dóminó

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Os ditados (ditos) populares contêm sabedoria até dizer mais não, e antecipam no tempo as descobertas científicas. Vem esta afirmação a propósito de tentar olhar (sob um novo prisma) notícias correntes (e quotidianas) sobre vários "diz-se, diz-se" (este é apenas um deles) e que por aí rolam sobre comportamentos (não éticos) relacionados com o desastre (financeiro e social) da banca portuguesa. Adiante. Reza assim um conhecido ditado popular: "Se não vives como pensas, acabarás pensando como vives". Acontece que (e aqui entra a amígdala) neurocientistas acabam de demonstrar que o cérebro se adapta à falta de honradez: falta de honradez que (infelizmente) nos dias de hoje - há quem até diga que vivemos na era da pós-verdade - é uma parte integrante do mundo social e influi em áreas que vão do mundo das finanças ao da política e até ao mundo das relações sociais. De forma simples (trivial), pode dizer-se que as transgressões dos códigos morais são uma série de pequenas faltas que crescem com o tempo; e o referido estudo tanto mostra (empiricamente) uma escalada gradual de falta de honradez em beneficio próprio quanto identifica o mecanismo neuronal que está por detrás dessa escalada, seja: através de ressonância magnética funcional percebe-se que a parte do cérebro que leva a "normalizar" (no princípio) pequenas faltas, é a amígdala (a amígdala é sensível à história do comportamento, diz a psicologia) - a amígdala é uma estrutura implicada no processamento emocional e conectada com a maioria das outras estruturas do cérebro. E a conclusão é óbvia, o cérebro muda a sua "visão"sobre os comportamentos (e acções) duvidosos, e a moral relaxa-se: quando não queremos (ou não podemos) mudar os factos já consumados, optamos por mudar a nossa maneira de os pensar. E, quando assim é (ou quando assim acontece), o "efeito dominó" (quem sabe) talvez seja o fenómeno que melhor explica um "curioso" argumento, utilizado por alguns próximos de escândalos (por exemplo de corrupção política), tratando de normalizar e de justificar os seus comportamentos: "sempre foi assim, nunca pensei que fosse um delito".
Adiante. fico-me por aqui: vou tentar saber mais sobre as origens do dominó
Adenda
Vou ler...

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