A Newsletter da Gulbenkian tem olhos na capa

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(Mensagem recebida)
A ver se a gente se entende, meu caro admirador de mim como sou e como melhor sou todos e cada dia que passa. Então é assim, escrever é leitura em movimento, tornada produção, apropriação activa do outro lido; mas escrever, cá para as minhas bandas, é também fazer rabiscos e pontos. Vem este meu arrazoado, olhe só, ainda a propósito da minha mensagem de ontem, Acaso reparou bem que (na imagem) eu sou a mais baixinha e elegante e a única de cabelo apanhado? Que espertinho, reparou e até percebeu que o adufe era um espelho. Santo Deus, andam por aqui uns neurónios inteligentes a azucrinarem-me para eu fazer aquele exercício que, meu caro estonteado, sempre pede para eu fazer: "já se olhou ao espelho hoje? E o que é que viu?". Vá lá, cedo e concedo e gosto, os meus olhos bugalhados, dotados de uma opacidade misteriosa, são as janelas do meu corpo (e alma radiante) em movimento sinuoso e em antítese à vulgaridade do real, seja, sem rodeios nem vaidades, sou única. Adiante, adiante, optei por lhe enviar um pormenor do desenho "Começar" do Almada Negreiros (desenho que mora na entrada da Fundação Calouste Gulbenkian). Magia ou seja lá o que for, plim, plim, a verdade é que tem parecenças com os meus rabiscos (os meus rabiscos - que moram no meu caderninho preto argolado - bem podem ser considerados palavras nos seus fragmentos e fracturas e errâncias criativas, digo eu que nunca me engano e nem me atrapalho). Vai já longa esta minha mensagem de hoje, vou terminar com duas perguntas e uma exclamação mágica. Já viu a Newsletter da Fundação Gulbenkian? Reparou nos olhos no final da página? Plim!

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