Estou a sorrir, óbvio, sorrir é a minha marca

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(Mensagem recebida)
Que quer, meu caro admirador em todos e cada dia, seja, digo, quer mesmo a minha opinião sobre uns maduros que peroraram (nesta conversa/conferência) sobre um futuro dito novo admirável mundo novo? Sim? Vou pensar com cuidado no seu pedido mas desde já adianto que o novo mundo anunciado, nem me fascina e nem me convence. Adiante, tome lá as minhas primeiras corrosivas impressões. É muita informação, céus, e então não é que a primeira sensação é assim a modos que um misto de fascínio e, ao mesmo tempo, de desconfiança e até de alguma rejeição? Aí as tem. (1) Aquele senhor alto, armado em importante, que deve viver embevecido com "startups" e quejandos e afins, é o típico "quem tem olho em terra de cegos é rei...", dei comigo a pensar: pobres dos que não forem capazes de construir foguetões com garrafas de água de litro e meio, ou elicopteros, digo, helicópteros com palhinhas. (2) Santo Deus, aquela popota, vida minha, não sei se o que ela faz é arte, julga-se importante e capaz de substituir Deus, a Natureza e a Ordem das coisas. (3) Por acaso aquele economista renomado sabe o que é cavar ou acaso saberá que o peixe que vem do barco monitorizado pela aplicação informática maravilhosa, passa pelas mãos duras de pescadores cujo seguro de vida é arriscar a vida todos os dias? Para finalizar estas minhas primeiras impressões, tome lá, para arrematar. (4) Quantos postos de trabalho criam aqueles criativos geniais que não levantam o cu da cadeira agarrados ao computador e muito ocupados a vender uma ideia na internet? Fico-me por aqui, meu ouvidor atento do meu desassossego e meu admirador das curvas suaves do meu vestido castanho/outono, já a franja se me desmanchou no vento da minha irritação: capitalismo, post-capitalismo, acorda Marx, vem aí uma nova revolução industrial! Adiante, vou ver se me curo da dor de cabeça irritante (que agorinha mesmo me apanhou desprevenida) vendo um episódio da "Teoria do Big Bang", vida, aqueles nerds são mesmo patuscos! Como é que é? Estão a dizer (uhm!) que o número 43 é um número primo e que há 43 universos paralelos... Acudam, tropecei numa gargalhada vadia: a propósito da importância dos números primos, só agora me dei conta que na referida conferência eram quatro intervenientes no painel e três conferencistas, quatro e três, quarenta e três, céus vida, estou a brincar, não se amofine. Como prova da minha boa disposição e morna sensualidade, deixo-lhe uma tabela para se divertir, anda por lá o 43 escondido e à mostra, como convém à imaginação. Pergunta-me se estou a rir ou se estou a sorrir? Estou a sorrir, óbvio, sorrir é a minha marca.

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