Seres humanos e peixes: falar a sério a brincar
(Mensagem recebida)
Gosto
de falar a sério quando estou a brincar: olhe só, meu caro ávido de mim e das
curvas do meu vestido castanho-outono, olhe (com olhos de ver e olhar) as duas
imagens que hoje lhe envio, e diga-me o que vê. Não vê nada! Sei, adiante, só
pensa em mim, cedo e concedo, e tem razão, mas eu explico. Vamos lá: a imagem em baixo é uma escadaria de “La Pedrera” em Barcelona e a imagem de cima é
uma brincadeirinha... Bingo, céus, vida, leio no seu
pensamento que percebeu: pretendo que imagine peixes (e outros) na escadaria
(tudo bem: escada; seja) como se ela fosse uma parte do fundo de mar. (Saiba que
foi como eu me senti quando por lá andei, senti-me no meu lar de origem:
aquelas cores, aqueles musgos e aquela humidade, aquelas torres e tudo e mais
ainda). Escrevia eu que "gosto de falar a sério quando estou a brincar"...
Explico-me. Seja: estas nossas mensagens são um meio mediante o qual os nossos
amorosos processos cognitivos se estendem ao mundo; dou de barato que sim, não
se amofine, óbvio, sem a internet não seria possível ((a propósito de internet e das novas tecnologias mais poderosas do século XXI - robótica, engenharia genética e nanotecnologia -,
já ouviu falar de Bill Joy e das suas grandes preocupações - sérias e éticas - (aqui está o texto original) com o
futuro da Humanidade?)). Como?! Não! Não acredito, céu de Barcelona, alquimia minha
maravilhosa! Conseguiu, digo, descobriu que o ambiente onde os seres humanos
vivem (e que os rodeia desde que nascem), é um imenso mar de palavras, tal qual o
ambiente onde os peixes vivem, é um largo mar de água. Santo Deus, que inteligente me
saiu, quase tanto quanto eu que até sei
cinzelar nadas, vida. Então?! Quer saber mais sobre mim? Gosto. Ora pense comigo e faça
as devidas comparações: a extraordinária eficácia de um peixe, como um
dispositivo de nadar (não se esqueça do verdadeiro significado de dispositivo),
deve-se em parte a uma capacidade (evolutiva) de conjugar e integrar os seus
comportamentos (de nado) com o ambiente de energia cinética externa, tipo
remoinhos, turbulências ou vórtices do mundo aquático. Parênteses: é verdade
sim, é verdade que sempre que digo turbulência me encanto. Fim de parênteses. Aquelas
turbulências incluem as naturais (por exemplo quando a água bate numa rocha) ou
aquelas outras que um peixe provoca com o seu nadar, seja, um peixe nada construindo
esses processos cognitivos externos no coração das suas rotinas deambulatórias
(rotinas, eu disse rotinas?); assim sendo, um peixe e as turbulências que o
rodeiam, constituem (em conjunto) uma “máquina” de natação unificada e eficaz.
Banzado, está banzado com o meu saber e com a analogia que escolhi para lhe
explicar as nossas amorosas rotinas (outra vez!!!) cognitivas? Olha a novidade!
Bem que gostava de continuar esta conversa mas o sol chama-me e o meu matinal
pastel de nata já me espera… Se me prometer que subiremos os dois a escadaria
de “La Pedrera”, garanto-lhe que me transformarei em peixinha, quiçá peixana, alambicada com
olhos de mica e nadadora até mais não; aposto, meu caro divulgador dos meus
misteriosos frémitos de beleza, aposto que se irá sentir um lúdio à procura do
seu equilíbrio, e mais não digo. Adiante, bom dia, ria-se e divirta-se, faz-lhe
bem e eu gosto e fico feliz. Não lhe dizia eu que gosto de falar a sério quando estou a
brincar? Fique com o meu mais gracioso dos meus sorrisos…
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