A posição vrscikakuttitam karana
(Mensagem recebida)
Ontem, digo, anteontem, meu admirador incondicional dia sim
dia sim (e mesmo em dia não dia não), anteontem confirmei o que há muito eu
sabia que tinha (mas de que não me lembrava: um jeito inato para a fabulástica
actividade da escrita oulipiana. E, céus, quanto o verbo
"devanaguear" me deixa na meta de partida para uma sublime, vagarosa
e terna descoberta de mim e de si à minha procura: vida, baralhei-me, adiante
(incursões linguísticas minhas!). Aposto que já se está a rir com a minha
escrita gaguejada, corrida, enfadada (e não e não enfadonha, espero). Adiante que
o dia me espera ansioso de mim como sou e me comporto. Vou relatar-lhe (depressinha) o que me aconteceu (acompanhe a leitura desta minha mensagem com música
de fundo). Então foi assim... Com o verbo "devanaguear" a tiracolo,
fui à procura do livro "Metamorfoses do corpo" do José Gil. De
afogadilho, li o livro inteirnho de afogadilho e, na página 59 (ainda nem quero acreditar), li de olhos bugalhados a faiscar:
"... Este contexto
fundamenta-se sobre a posição (Karana) e a dança consiste em ir de Karana em Karana para formar a Angahara ou unidades com sentido. Toda esta
dança clássica parece deste modo pôr o corpo e a gramática dos gestos ao
serviço de um texto (muitas vezes sagrado). E, certamente, uma regra determina
o contexto que fixa ele próprio, a significação: os elementos representativos
ou mímicos parecem dominar e fazer de modo a que o corpo, ao dançar, reproduza
o melhor possível o texto sagrado: sendo os movimentos e os gestos em si tão
artificiais, tão convencionais, implicando as sequências gestuais uma
desarticulação relativamente aos gestos habituais do corpo; temos a impressão
de que o corpo da dançarina escreve, parando, retomando a pena (o
corpo) construindo frases de uma língua esotérica, elaborando contextos
complexos. A dança erudita indiana (ups) parece realmente uma escrita, mais do
que uma representação...". Fiquei, meu caro, assim a modos que nas
nuvens quando encontrei a imagem da posição Karana (a que lhe envio a encimar esta
mensagem). Pode lá ser (insurgi-me), rapinaram-me um desenho do meu caderninho argolado, o
padrão é meu, tão meu como que lhe ofereci (que é meu) e que ilustra esta página (à
sua esquerda). Mas a minha surpresa não ficou por aqui, acudam, olhe só o que
encontrei em forma de exclamações interrogadas. Assim. Céus, Jesus, Buda, Vida: o que é que "devanaguear" tem a ver (tem, pois não tem?) com "devaranama"? Vida, Buda, Jesus, Céus: gosto e gosto da suave elegância da posição Karana!
Adenda
Embalada na música da dança, não consigo, meu caro, não consigo dizer mais nada, estou fascinada (rimou, ups, estilema meu)... Santo Deus, agorinha mesmo, saiu-me na rifa um vídeo delicioso, muito eu e mim; caiu-me que nem ginja em bolo de nós, digo (vida), digo, que nem ginja em bolo de noz, sedução minha delicada, digo, sedução minha fluidificada que tão criativa é!
Adenda
Embalada na música da dança, não consigo, meu caro, não consigo dizer mais nada, estou fascinada (rimou, ups, estilema meu)... Santo Deus, agorinha mesmo, saiu-me na rifa um vídeo delicioso, muito eu e mim; caiu-me que nem ginja em bolo de nós, digo (vida), digo, que nem ginja em bolo de noz, sedução minha delicada, digo, sedução minha fluidificada que tão criativa é!
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