Terra-Pátria

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Hoje vou reler "Terra-Pátria" de Edgar Morin... No entretanto, com vagar e com tempo e com pensamento, irei personalizar (só assim o sentido das mensagens tem sentido) o fundo desta página: o destino é fazer o caminho que nos faz a nós.

(Mensagem recebida)
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É óbvio, meu caro, é óbvio, é óbvio que tem que regressar à verdadeira página de fundo. Eu que sempre estou atenta, dei comigo a pensar sobre o fundo da actual página: em viagem, rumo ao horizonte, a utopia que nos faz caminhar, a natureza a inventar, sol a pino, à procura do verde, eu a divagar (aqui ficam os sete pontos de interrogação que faltam, divirta-se: ???????). Adiante que estou agora a ler o seu pensamento analfabeto (sim, o pensamento existe antes do alfabeto: se duvida, pois não duvide, porque é que o Sócrates verdadeiro não escreveu nada, olha a novidade, o pensamento é anterior ao alfabeto, nem mais!). Céus, olhe só a imagem que estou a ver no seu pensamento, não acredito, acudam, pareço eu, Jesus, Maria, José! Então, meu caro admirador de mim, já só escolhe os romances pela capa do livro? Se as minhas formas por lá andam, é trigo-milho, farinha amparo, está comprado, as coisas que eu intuo, Santo Deus! Se eu sei qual o título do romance que adquiriu? Então não! Vida! Adiante que o dia me chama. Até que concordo consigo, seja, concordo que é tempo de revisitar o pensamento do Edgar Morin. Fiz o mesmo e não resisto, transcrevo-lhe uma fala dele num diálogo (2007) com Nicolas Hulot, assim: 
"Comunidade de destino. Ficámos a saber que somos provenientes de uma evolução biológica e somos também animais, mas ocultámos esse saber. Sabemo-lo, mas ignoramo-lo. Operamos um verdadeiro black-out da nossa consciência. Ao mesmo tempo, não conseguimos sentir a nossa comunidade de origem de Homo dito sapiens. O que o senhor diz sobre essa comunidade de origem é capital. Os humanos não sentem suficientemente os valores comuns que os ligam e os problemas urgentes que deviam mobilizá-los. Em Terra-pátria, eu quis indicar que há uma comunidade de destino entre todos os humanos porque eles partilham os mesmos perigos vitais. Mas isso permanece despercebido. Por fim, o nosso conhecimento impede-nos de conceber conjuntamente a unidade e a diversidade humanas. Ou se percebe a unidade humana e se esquece a diversidade de culturas; ou então percebe-se a diversidade de culturas sem perceber a unidade humana. E, todavia, seria isso que nos permitiria desenvolver uma consciência planetária, uma consciência humana ligada ao planeta ao mesmo tempo que se reconhecem as singularidades culturais e nacionais. É vital desenvolver essa consciência planetária, ao mesmo tempo que é vital enraizarmo-nos na Terra. Porque a nossa Terra não é apenas uma coisa física. É uma realidade geo-físico-bio-humana. Decerto, é preciso ser capaz de distinguir esses diferentes aspectos, mas é preciso saber ligá-los. O pensamento complexo que defendo parte do latim complexus, que quer dizer "o que é tecido junto", com o intuito de operar uma tensão permanente entre a aspiração a um saber não parcelar, não compartimentado, não redutor, e o reconhecimento do inacabado e da incompletude de todo o conhecimento. "Complexo" não significa de modo algum "complicado", ainda menos "obscuro" ou "absconso", mas designa essa forma de pensamento que engloba em lugar de separar, liga em lugar de segmentar.".

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