Há mais nozes que vozes

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(Mensagem recebida)
Diverti-me ontem, meu caro admirador de tudo o que eu sou, diverti-me com o poema do Elmano, vida minha, de facto esse tal de Sadino foi mesmo genital, céus (raio de smartphone este, corrige o que não deve), o Bocage foi mesmo genial, digo. quero dizer, escrevo. Adiante que hoje ando com uma pulga atrás da orelha. Ora oiça a charada que a mim própria coloquei: "A metáfora da semente pode elucidar o que é o espírito (o espírito só é como seu resultado), assim: com uma semente começa uma planta, mas esta é ao mesmo tempo o resultado de toda a vida da planta, seja, esta desenvolve-se para produzir a semente. Assim sendo, a semente é o começo e ao mesmo tempo o resultado do indivíduo, é distinta como ponto de partida e como resultado e, no entanto, é a mesma: produto de um indivíduo e começo de outro: ambos os aspectos se encontram aqui tão separados como a forma da simplicidade na semente e o curso de desenvolvimento da planta."... Já percebi, meu caro acolhedor das minhas mensagens, já percebi que não percebeu nada. Paciência, agora não tenho mais tempo para filosofar. Porque é que escolhi uma imagem com nozes e nogueira? Ora essa, para que entenda o que eu ando a matutar: o que constitui a raiz da natureza de um ser humano é pensar que ele é um Eu. Além disso as nozes são alimento do espírito, são pábulo delicioso. Nem de propósito, nunca ouviu dizer que há mais nozes que vozes? Meu caro estonteado com o meu saver, digo, com o meu saber (saver até que não está mal, não senhor), é preciso, meu caro, dar voz a quem a não tem, nunca se esqueça, já ouviu falar em "os filhos dos homens que nunca foram meninos"?
(Nova mensagem recebida)
Nem lhe digo e nem lhe conto, vida, fui reler a mensagem que lhe enviei... Quando li o início, soltou-se-me (e tropecei) numa gargalhada de hã, hã, hã; céus que ficou com piada, joelho meu que me dói tanto, vida! A talhe de foice, sobre a charada ainda se me oferece dizer o seguinte, socorrendo-me da sabedoria popular: Deus dá nozes a quem não tem dentes. Esclareço. Uns desenvolvem os seus dons (e outras graças), e outros tem, digo, e outros têm dons e não fazem nada com eles. Sabia que a frase “os filhos dos homens que nunca foram meninos” é de um escritor que eu bem conheço? Acaso sabe que fui “Gineto” (um coro infantil de homenagem a Soeiro Pereira Gomes, e eu era solista (que prendada sempre fui e sou e sempre serei!)? Adiante. Aquelas crianças (da frase) trabalhavam nos telhais e nunca foram à escola. Para terminar, referir apenas que Gineto era alcunha (personagem real) de Baptista Pereira, campeão da travessia de Canal da Mancha (deteve o recorde durante décadas). Em tempo de jogos olímpicos...

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