Empatia: como é que a ideia sabia?

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(Mensagem recebida)
Até que podia, meu caro, até podia, hoje que me sinto assim a modos de "deixa lá ver o que vai acontecer e seja o que for resolve-se", até podia dizer-lhe que a empatia (ui quanto tanto até se fala de neurónios espelho) está para os dias de hoje como o amor esteve para os anos 60 do século passado: "um ideal sentimental envolto em slogans - o que faz girar o mundo, a única coisa realmente necessária -, mas sobrestimado como factor de redução da violência". Podia dizer-lhe, mas não digo. E não digo porque ontem (e hoje, imagine só) caiu-me (literalmente), caiu-me em cima este projecto de relatório - regras do direito civil sobre robótica - da União Europeia. Céus, acudam, pensei comigo, os robôs são (poderão ser, digo) pessoas electrónicas com direitos e deveres? Poderão tomar decisões erradas que não resultam de defeitos de fabrico? As perguntas na minha cabeça bem feita, meu caro admirador de mim, eram multidão. Ponto. Dei de frosques, fui passear e "sem tem-te nem mas" eis que se aproximou uma ideia catita que me segredou: sabes que os robôs interagem (a sua paciência é infinita) com crianças autistas e os resultados são incríveis? Gaguejei, e disse: logo amanhã que vou ter um dia de ansiedade, tenho que pensar em robôs, vida! E a ideia, feliz: amanhã vai correr tudo bem, já não é sem tempo que assim seja, mas não esqueças que a empatia, a adequação empática (isso, a teoria da mente, a leitura da mente: uma leitura do pensamento e uma leitura das emoções) é a capacidade de figurarmos o que outra pessoa pensa ou sente a partir da sua expressão, do seu comportamento ou de outras circunstâncias... Empatia: como é que a ideia sabia?
Adenda (nova mensagem recebida)
Pois é, digo, pois sim, pois sim, meu caro admirador da minha beleza sem limites (e da minha excelente capacidade argumentação, diga-se de passagem), pois claro que sim, tudo correu como tinha que correr, ainda estou de ressaca, vida, quão tanto tempo lá vai para que tudo corresse a meu favor (não tanto como eu queria, é verdade). Mas também não deixei por mãos alheias um "chega pralá", seja: não gosto (nem uma pinguinha) daqueles e daquelas que metem o nariz onde não são chamados. Céus, e quando tomam ares de perito quando melhor seria fecharem a boca e desviarem a carranca? Arreda! Qual foi a minha forma de responder a invectivas parvas e de mau gosto e de mau olhado? Olha a novidade nenhuma! Respondi em jeito maneira e de olhos felinos em riste, mas com bom senso, com etiqueta e com desdém embrulhado em sorriso celofane (vontade minha era ir-lhes às fuças, verdade, verdadinha, rimou, ups). Lembra-se disto? Viva eu mesma, sou assim que se há-de fazer! Sou o máximo, digo, a máxima.

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