Carta sobre os cegos para uso dos que vêem
Há temas
(e problemas) com os quais vivemos e sobre os quais pouco sabemos e menos ainda
pensamos. Neste sentido (quem sabe) valerá a pena um regresso ao século XVIII, a uma questão filosófica muito em voga na altura: "uma pessoa que não
pode experimentar a realidade a partir da visão como pode formar uma imagem
mental - e, portanto, racional - dessa realidade?". Quem primeiro levantou
esta questão foi William Molyneux que, numa carta a John Locke, perguntou se uma pessoa cega de nascença, que aprendeu
a distinguir com o tacto uma esfera de um cubo, consegue reconhecer esses
objectos (sem os tocar) depois de recuperar a visão. Neste ambiente de polémica, nasceu a "Carta sobre os cegos
para uso dos que vêem" de Denis Diderot. A
personagem principal (à volta da qual se desenvolve a carta) - Nicholas Saunderson - era cego desde que tinha um ano de idade e era especialista em
oftalmologia e professor de matemática na Universidade de Cambridge.
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