A mente não é uma ilha

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(Mensagem recebida)
Pensei comigo em modo trauliteiro de "aí vai: pensamento cuida-te”, pensei comigo, meu caro admirador de mim, pensei que a mente está incorporada no nosso organismo inteiro e no mundo, ou seja, a nossa vida mental envolve três modos de actividade mental, permanentes e entrelaçados: autorregulação, acoplamento sensório-motor e interacção subjectiva. Eu explico, não se amofine, calma, oiça. O primeiro modo - autorregulação - é essencial para estar vivo e sentiente, seja, para saber regular a emoção, o sentimento, a fome, o desejo confiante e satisfeito, o sono: o dormir e o sonhar e o acordar. O segundo - acoplamento sensório-motor com o mundo - tem directamente a ver com a percepção, a emoção e a acção, até com a vida a espraiar-se ao sol. O terceiro modo - interacção subjectiva - é a cognição e a experiência com carga afectiva do eu e dos outros. Isso, meu caro admirador de mim única e epónima, é isso mesmo, o seu pensamento não o engana, é isso mesmo, o cérebro (demore-se aqui) é crucial para estes três modos de actividade mental, mas também é reciprocamente moldado e estruturado por eles a múltiplos níveis ao longo da vida. Adiante, estou com pressa e quero ainda deixar-lhe o que escrevi, em forma de oráculo, no meu caderninho argolado, logo que me desenvencilhei do meu pensamento borbulhante. Ora leia: “eu tenho um corpo com formas e eu sou o meu corpo vivido: tenho um corpo que não é um objecto, sou um corpo de uma forma não muito diferente da forma como uma obra de arte é aquilo que exprime, o meu corpo é o meu poema maravilhoso, é um ser expressivo e aquilo que ele exprime é a minha subjectividade: sou um ser-no-mundo, sou a minha vida e só ele entende quem eu sou e o que eu sou”. É sua opinião, meu caro sugador dos meus pensamentos, é sua opinião que eu equacionei um novo e magno problema filosófico, o problema corpo-corpo, seja, o problema que diz respeito à relação entre o nosso corpo (como o vivemos subjectivamente) e o nosso corpo (como organismo no mundo)? Pensa mesmo? Gosto da sua opinião, bem eu conheço (de gingeira) o seu desvario com o lóbulo da minha orelha esquerda. Adiante que me arrepiei, acudam, sensibilidades minhas! E tanto gosto, que o convido a atentar no ele que eu destaquei na última frase que escrevi no meu caderninho, o ele é igualzinho a si, gosto. Atente na imagem que lhe envio (neurónios meus, lindos, únicos, vida, céus); e, agora, leia em jeito de me ouvir segredar: “… e só ele entende quem eu sou e o que eu sou”.

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