As indicações e os registos do tempo
As indicações e os registos do tempo...
Tema curioso e interessante, pensei comigo: será que o tempo, sempre sem interrupção, se mostra através das suas parcelas? Fui à procura de saber. Assim. (1) Heráclito (século V antes de Cristo) relacionava o tempo com o constante fluir das coisas; (2) Aristóteles dizia que o tempo é uma espécie de número; (3) os cientistas não estiveram como meias medidas, perguntaram se o tempo era continuo (se flui sem cessar) ou se era discreto (se se divide em unidades consecutivas); e responderam com o tempo de Planck (um limite temporal do tempo: o intervalo temporal mais pequeno fisicamente significativo). Matutava com os meus botões, quando dei de caras com um estudo, onde se admite (e prova) a natureza discreta do tempo: "a estrutura do tempo pode ser pensada como uma estrutura de cristal, consistente em segmentos discretos que se repetem periodicamente". Olha, olha a novidade, interrompeu-me o pensamento uma voz bem conhecida; quem não sabe que, por exemplo, o universo físico é como uma película, na qual uma série de imagens fixas cria a ilusão de imagens em movimento; e sim, óbvio, essa película é (isso mesmo: é) produzida por estrutura matemática subjacente (discreta); que novidade, vida minha, claro que a realidade existe independentemente dos sentidos. Não respondi. Olhei para a névoa que se erguia como um manto tingido de violeta, e suspirei com incómodo à flor da pele: de nada vale a distância e nem o tempo e nem o lugar.
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