Monet, Shumann, Spinelli e a dimensão continental da ironia uruguaia


(Mensagem recebida)
Tinha pensado, meu caro admirador de mim como sou, tinha pensado que desta vez era de vez, seja, tinha pensado que não mais me preocuparia com a política. Mas então não é que, ao conhecer o resultado do referendo no Reino Unido, me lembrei da teoria das catástrofes do René Thom? (Aprecie a imagem que eu rapinei daqui e que lhe envio, que rasgão, céus). O mesmo aconteceu consigo? Também pensa que tudo vai ter que mudar nas políticas da União Europeia? Será mesmo o que estou a ler na sua mente? Neurónios meus, que sábios, conseguem interagir com os seus neurónios atrapalhados... Pois claro que sim, concordo. Concordo que devemos esperar pelo resultado das eleições na Espanha. Entretanto vou reler a vida e o pensamento de Monet, Shumann, Spinelli (e outros), sempre me actualizo (ups, perdi uma gargalhada, a sua cara não engana). A sua cara de espanto revela ao mesmo tempo que está perdidinho de amores por mim (sou linda e sábia, assim, que se há-de fazer!) e mostra que não sabe de quem estou a falar? Olha a novidade, surpresa minha nenhuma! Paciência, a paciência que eu tenho que ter consigo. Adiante. Mas, insisto, digo, não resisto, quanto tanto me incomodam os dizeres afins a uma dimensão continental da ironia uruguaia! Calma, olhe o seu coração a bater desalmado, eu explico, não se amofine. Quando digo "ironia uruguaia" refiro-me à expressão "El último que salga, que apague a luz": uma expressão pintada que caracterizou a emigração massiva de uruguaios (entre 1975 e 1976) devido à ditadura cívico militar implantada em 1973.
Notinha de rodapé
A propósito do Brexit...
Contaram-me, meu caro, que "tendo, em tempos, havido uma grande tempestade no Canal da Mancha o título da notícia, num jornal de Inglaterra, não poderia ter sido mais elucidativo, assim: Continente isolado..."
Pode lá ser!

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