O aquilo pirou-se, deu às de Vila-Diogo
(Mensagem recebida)
Vi (uhm) e li (zás), meu caro, vi e li de afogadilho o seu enigmático "Aquilo que aconteceu". Tinha acabado de pôr em dia a informação
sobre o estado do meu corpo perfeito, pátáti, pátátá, continua perfeito (e sinuoso) como eu gosto (e não só eu, diga-se de passagem), e disse comigo: oh pá (desculpe o plebeísmo), oh pá, algo está a mudar, eu continuo a ser a referência única, não gosto é do silêncio dele ("saudades até da nuca de uma sereia numa banheira de uma tartaruga verde", pode lá ser, a nuca é minha, a sereia sou eu, mas a banheira não é da tartaruga verde, a banheira é minha e a tartaruga é do Sporting). Adiante. Pensei comigo: tu queres ver que ele (sim, meu caro, é sim, é outro ele que se refere a si) anda outra vez a ler Walter Benjamin? Acertei, pronto (sorry, saiu-me), acertei porque fui folhear o livro (envio-lhe a imagem da capa); e (ó céus, acudam, Jesus, Maria, José!) encontrei: "matéria densa do poema" é um conceito-limite. Nem lhe digo e nem lhe conto, meu caro admirador do meu andar ondulado e sereno, nem lhe conto que os meus olhos grandes (coitadas das minhas pestanas, coitadas) se abriram olhudos. Porquê? Ora essa porquê! Porque hoje percebi (sem sombra de dúvida), meu embriagado com a minha beleza, a minha inteligência e o meu saber imparável, percebi que eu sou a matéria densa da sua vida. Santo Deus! De feliz, acabei de me rir alto ((e em bom som, ainda que (quiçá) gaguejado em demasia, ãh, ãh, ãh...)). Agora, por estas minhas bandas, só se ouve perguntar-me: que, que aconteceu? Vida minha, suspirei de mim para comigo, até que enfim, uuuff, chiça, que cretino, arreda marrafico, xô: o aquilo pirou-se, deu às de Vila-Diogo.
Logo que tenha uma pinguinha de tempo, passe os olhos por aqui...
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