Cerebelo: equilíbrio, movimentos finos e linguagem gestual


Meu caro estinteado, digo, estonteado, aquela tinta do cerebelo, Santo Deus, quão baralhada estou, que vida, que sina, adiante, meu caro estonteado, dizia-lhe, que se passa consigo, fale-me de si, conte. Acha mesmo, perguntei à única fada que, sem informação dispara impropérios sem nexo, acha mesmo que lhe vou falar de mim, antes de me explicar a imagem e (a mensagem escondida) do cerebelo. Rodopiou em equilíbrio perfeito (que tal lhe parece, estou mais magra mas mais elegante, verdade?) e disse com os olhos grandes e pesquisadores olhudos: pois não sei bem ainda, andei a ler este estudose os autores estiverem certos, nem lhe digo e nem lhe conto. Olhei-a fixamente (que linda e que torneada, que bem lhe fica o novo penteado), olhei-a como quem pergunta. Bom, respondeu à pergunta que eu não fiz, então é assim: pensa-se que o neocórtex (a área mais recente na evolução do córtex cerebral) é a região do cérebro mais vinculada (responsável) às capacidades mais avançadas da espécie humana: mas talvez não seja assim porque (leia, meu admirador de mim, o estudo) outra região do cérebro, o cerebelo, também está implicada; e (ó céus) cresceu seis vezes mais rápido que o previsto ao longo da evolução (o cerebelo contém cerca de 70 mil milhões de neurónios, quatro vezes mais que os neurónios do neocórtex. cinquenta por cento dos neurónios de todo o cérebro). Desculpe, tenho que a interromper, arrisquei (a minha manta já era dela), mas essa conversa vem a propósito de quê, será (será que sim?), será que pensa que eu não sei da existência do cerebelo, que eu não sei que o cerebelo se relaciona com a inteligência técnica (o cerebelo está directamente envolvido na organização temporal de sequências de comportamentos complexos, por exemplo, os que participam no fabrico e no uso de ferramentas); e será que pensa que eu não sei que o neocórtex se relaciona com a inteligência social? Oh pá, suspirou baixinho: manta minha, ele está picado das abelhas, inchou-se, não sabe que o cerebelo (que é responsável pelos movimentos finos e pelo equilíbrio) também tem a ver com a linguagem gestual, céus, o meu cerebelo é um espectáculo, eu sou única, vida. Fiz que não ouvi, outros valores mais altos se alevantavam em jeito de padrão dos descobrimentos a elevar-se; eu, atrapalhado, só pensava: que guicha, que vaidosa, que linda. Aguenta-te, falei comigo, aguenta-te que agora ainda a manhã acordou, digo, ainda não acordou..

Adenda (comentário recebido)
Gosto, meu caro estonteado com o meu proverbial saber, gosto do seu desafio suscitado pelo protagonismo do desenvolvimento do cerebelo em relação ao neocórtex: chama-se BIPEDISMO. UI, céus, teclado meu spidado, digo, pifado. Adiante. Pense com o neocórtex que traz de origem (que sortudo me saiu, gosto!), seja, quando os humanos passaram a andar em pé quanto tanto o cerebelo precisou de acrescentar para construir um novo mapa de informação. Assim, acrescentou:
- (1) novo mapa visual , diferença de horizonte viso-perceptivo; (2) novo mapa estrutural do ouvido, sinestesia, verticalidade, equilíbrio; (3) novo mapa de manuseamento, as mãos livres e os movimentos finos e a oposição do polegar; (4) novo mapa de ficar frente ao rosto do outro e perceber os movimentos expressivos finos e emoções, os vocalizos /visualizados, a associação do movimento da boca com o som emitido e imitação e emulação: neuróniozito espelho em acção despachada, que lindo.
Blá blá blá, ficava aqui a tarde toda para lhe explicar mas tenho que sair, hoje é dia de jantar fora. Para concluir, veja só, meu admirador, o trabalho que o cerebelo teve que fazer para dominar esta instrumentalização toda com a orquestração de movimentos mãos-olhos-pés, equilíbrio, articulação de sons, Santo Deus, Vida Criativa! Claro que o cerebelo precisava de um CEO criativo: no neocórtex, o córtex préfrontal,
Percebeu, meu caro, ou precisa que lhe faça um desenho rabiscado? Que não seja por falta de um desenho meu que não entende! Óbvio que sim, o trabalho de recolha e aprendizagem operacional da maquinaria (nova, soi disant!) foi do cerebelo, bom palpite o seu, gosto da surpresa. Moral da história ((já me chamam há dois minutos e treze segundos (treze, pois)):“Não é o maestro que faz a orquestra, é a orquestra que revela o maestro.”-fada dixit-

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