Patuscos, sabiam que estavam a ser fotografados

(Postal recebido - muito riscado)

Espero, meu caro admirador da minha perspicácia, espero que tenha tido um dia bom, calminho, e que se tenha lembrado de mim. E que esteja de boa saúde, claro. Eu ando numa fase estranha mas criativa. Adiante. Por falar em fase estranha mas criativa, aquela cunha entre a Natureza e a Humanidade vem a propósito. A cunha é o intermediário, é o objecto transitório que ora protege, ora afasta, os humanos do seu meio originário. Mas diga lá se as janelas rasgadas com vista nos horizontes e as vertidas sobre um espelho de água não atraem qualquer um? Pois claro que atraem. Só não atrairão os que já não tem a humanidade na sua essência (serão imbecis chapados ou já nem poderão ser chamados de humanos; há-os por ai, ou se há, digo, ó se há!). Quanto ao facto de achar que sabe relacionar textos, ideias, coisas, uns com os outros, vai desculpar-me a imodéstia, meu caro admirador, mas isso é um dote que herdou de mim (ou aprendeu comigo, talvez seja mais correcto e justo para si e a sua inteligência). Acontece que hoje estou de frana ao vento, digo, de franja ao vento. Quer saber porquê? Tenho um livro inteiro (sobre o segredo da vida) para ler e parece não ser nada fácil. E tudo porque o autor tinha uma paixão pela comunicação inalámbrica. Calma, sei pela sua cara de espanto, que não sabe nadica de nada do que possa ser esse tipo de comunicação. Calma, veja (antes) este video (está um pouquito estragado), e depois (logo a seguir) demore-se (tempo qb) a pensar em mim (apaixonadamente); e, se tiver tempo e curiosidade, leia o livro... Georges Lakhovsky apaixonou-se pela telefonia inalámbrica, vida, tinha que ser ele a sair-me na rifa e logo hoje; adiante, já tenho a quem doar a minha constipação, criatividade minha, céus!

Notinha de rodapé

Olhe a imagem! Patuscos, sabiam que estavam a ser fotografados.

Adenda
(Post-it recebido)
Esqueci-me (febre a minha!) de lhe recordar que hoje é o dia mundial do livro. Para o comemorar, meu caro, escolhi este nossa conversa a propósito do D. Quixote de la Mancha, é este ano que se comemoram os 400 anos da morte de Cervantes, sabe, pois não sabe? É o ano em que se comemoram os 400 anos da morte de Shakespeare? É o que me está a dizer? É dos dois, é dos dois, meu caro admirador de mim como sou. Essa sua cultura, Santo Deus, que sina!

Adenda
(Post-it pejado de pontos de exclamação)
"O português como língua de Camões é um mito"... Sério? Que me diz, conte.