O riso quer pouco comigo, o sorriso quer muito

Não é (não é mesmo) algo que me seja fácil: o riso quer pouco comigo. Então, ultimamente, só uma vez ou outra me apetece rir, sorrir sim, sorrio bastas vezes. Claro que aprecio uma boa anedota, sorrio sempre a um dito perspicaz, até tomo nota (pasme-se) das frases com que gente de talento (e com um bom sentido de humor) revela o cómico de uma qualquer dada situação. E quanto me divirto com expressões uma barrigada de riso ou um riso solto gaguejado ou uma galholhice de trazer por casa ou já me ri a bom rir! Mas gargalhadas não, não são comigo, não de todo, mesmo não. Mais. Certos modos de gargalhar põem-me literalmente do avesso, amarinho pelas paredes, que aversão a minha. Tentem imaginar aquele gargalhar em que alguns e algumas (isto agora das expressões do género é o que está na moda), aos urros, escancaram a boca e atiram a cabeça para trás, como se fossem asfixiar na nossa frente. Adiante... Confirma-se que também a escrever se encontram causas explicativas. Seja: encontrei agora a causa que limita o meu uso da televisão; há por lá muito riso, gargalha-se em demasia, até parece que a gargalhada é um vício, uma tara, ou pior, muito pior: uma imposição. Mas, à pergunta se aprecio um bonito e comunicativo e matreiro sorriso de ãh-ãh-ãh, ó se aprecio!; e se for aquele que eu tão bem conheço de gingeira, não sei que diga e nem sei que conte. E não é que agora estou a sorrir?!

Adenda
Gostei, meu caro, se gostei do ãh, ãh, ãh... Adiante, mal que lhe pergunte: ridículo tem parecenças com imbróglio? Quer saber a razão da minha pergunta? Foi assim, li aqui que, para fazer a vontade ao BE (a esquerda chique tem cá um espanto, digo, um encanto, céus!), o governo admite "não fechar a porta a mudar o nome do cartão de cidadão"; mas, sendo assim, assalta-me uma dúvida, seja, e o que fazer com o cartão de deputado? Abrir a porta a "um cartão de deputado e a um cartão de deputada"? Não, é feio, brrr... Abrir a porta a "um cartão de parlamentaria" ou a "um cartão de deputadoria"? Pior a emenda que o soneto. Bolas (!!!), acabo de entalar os dedos na porta, desculpe o palavrão. Ponto.

Adenda
Vou agora de carreirinha, meu caro, revisitar Henri Bergson...

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