Não são os olhos materiais que vêem
Vê
o
que o espelho
te
devolve, quem?
…/…
és
tu mesmo tu o espelho serve-te para que sintas a vida o dia
a
beleza e a rectidão existem tu podes contribuir com a poesia
Adenda (postal recebido)
Obrigado, meu caro admirador de mim, obrigado por ter (re)escrito um meu poeminha de antanho. Sente-se feliz? Eu não, eu ainda não. O poeminha não é meu? Ora essa! Veja bem, pondere, fui ao meu baú de memórias, e (deuses do olimpo) olhe só a minha elegância no dia em que, ao ver-me no meu espelho de mão, escrevi esse poeminha, que linda eu estava! Adiante que o meu tempo é curto. Para lhe provocar e atiçar ciúmes, aqui (no seu lado direito) pode ler um poeminha que eu, há um ror de anos, ditei ao Rilke. Não sabe quem foi o Rilke? Olha a novidade!
Rilke, Sonetten an Orpheus (I. Parte, XIX)
Adenda (postal recebido)
Obrigado, meu caro admirador de mim, obrigado por ter (re)escrito um meu poeminha de antanho. Sente-se feliz? Eu não, eu ainda não. O poeminha não é meu? Ora essa! Veja bem, pondere, fui ao meu baú de memórias, e (deuses do olimpo) olhe só a minha elegância no dia em que, ao ver-me no meu espelho de mão, escrevi esse poeminha, que linda eu estava! Adiante que o meu tempo é curto. Para lhe provocar e atiçar ciúmes, aqui (no seu lado direito) pode ler um poeminha que eu, há um ror de anos, ditei ao Rilke. Não sabe quem foi o Rilke? Olha a novidade!
Quão rápido se muda o mundo
como formas de nuvens
todo o perfeito cai
de regresso ao arcaico
Por sobre o mudar e o andar
mais largo e mais
livre
dura ainda o teu pré-cantar
ó deus da lira
Não se conhecem as dores
não se aprendeu o amor
o que na morte nos afasta
não está desvelado
só a canção sobre a terra
consagra e celebra
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