Hoje, dia 25 de Abril de 2016, caiu-me no écran um ofício dum Ambrósio


(Postal recebido - muito rabiscado com ah!ah!ah!ah!ah!ah!)
Hoje, dia 25 de Abril de 2016, caiu-me no écran um ofício dum Ambrósio, que com gosto lhe envio. Santo Deus, Jesus, Maria, logo um ofício caprichado dum Ambrósio! Já, meu caro admirador de mim única, já ouviu dizer: "Ambrósio, apetece-me algo..."? Isso, esse, bingo, acertou, esse, o dos chocolates, franja minha, olhos grandes os meus que ainda agora estão maiores. Diga lá, não seja sovina, o seu sorriso não engana, diga lá em palavras (podem ser palavras escritas, por enquanto) se o ofício do Ambrósio não é um portento de sabedoria política, um documento histórico de alto valor. Pondere: "Como na legislação vigente não estão previstas faltas pela ocorrência de revoluções..."; "submeto o assunto ao alto critério de V.Ex.ª...". Que talento, que sabedoria, que lealdade, vida, que Ambrósio! Céus, disparou-se-me na cabeça um instantâneo da mentalidade comezinha de um qualquer outro ambrósio anónimo inchado de prosápia. Adiante que não estou avessa e nem mal disposta. Agora que já pus o meu (e o seu) sorriso em dia, devo confessar-lhe alguma apreensão com o rumo dos acontecimentos políticos em Portugal; e, sem qualquer pinga espichada de preconceitos políticos arrevezados, dei comigo a revisitar o pensamento do Edmund Burke (este texto é antigo mas hoje é dia para o reler). Calma, tenha calma, meu caro aprendiz de filosofia política; sei, sei bem que não é tão simples, que não se podem importar ideias, assim sem mais nem menos. Seja como quer, fico-me por aqui. Tão só lhe deixo ainda uma afirmação Burkeana (que o vai deixar banzado, Burkeana de Burke, céus!), seja ela: "as revoluções resultam de reformas adiadas". Está sem fala (mudo e quedo e nem gagueja), perdeu alguns neurónios. Não, não se amofine, esses seus neurónios (inteligentes e vadios e olhudos) estão aqui comigo: felizes de contentes. Meu caro, vá por mim, aquela afirmação Burkeana  tanto se aplica ao 25 de Abril de 1974 como se aplica nos dias de hoje, que lhe parece? Tudo bem, aceito o seu remoque incomodado. Mas, se nos dias de hoje não está em causa o regime em Portugal, mais urgente se torna inovar com criatividade, é óbvio, não tem espinhas a certeza de que assim é. Sim, andam, não insista, andam por aí políticos com rabos de palha que metem o nariz onde não são chamados e que passam a vida em zaragatas de "foste tu não fui eu", uns até pensam que o mundo acorda com eles e se deita à mesma hora, arrotam postas de pescada dia sim dia sim (parlapatices néscias), a esses aceno-lhes um adeuzinho; e tropeçar não é ir em frente, verdade; e a teta da União Europeia já deixou de deitar leite, è vero, caro mio. è vero. Como diz? De onde vem a criatividade? Pergunta interessante a sua, até é (sem interrogação) o título de um interessante e apelativo e curioso livro do Jonah Lehrer; mas a sua pergunta é despropositada: agora não, não é hora, essa é outra história.
Adenda (mensagem recebida)
Num dia como hoje, meu caro, em que comemoro a Liberdade como fazia noutros tempos com o meu pai, céus!!! Logo hoje que vou andar atrás da banda de música, com um cravo na mão e a cantar o Grândola!!! Logo hoje, é que, para além do ofício patusco dum Ambrósio, me fizeram chegar esta notícia!!! Rio ou choro? Rio e choro e divirto-me, boa, digo, eu... Tudo bem, seja, vamos a isso, avante (ups), eu alinho: também o direito ao voto se deve expressar a partir dos dezasseis anos de idade. Assimcomássim! 

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