No cérebro um parzito de segundos faz a diferença

Patterns in the world, like this rock formation in Ebihens, France, can sometimes fortuitously look like human faces. In a new study, Meng et al. have used this phenomenon of pareidolia to investigate how the neural processing of faces differs in the left and right halves of the brain.
(Mensagem recebida)
Oh, oh, meu caro, imagine só, já vesti roupa de dormir quentinha e, antes de mergulhar nos sonhos, ainda estou a deliciar-me (intimidade minha!) naquelas imagens lindas e coloridas que escolheu do arco íris cerebral: o cérebro que não se vê é maravilhoso, parece que temos flores e balões coloridos dentro da nossa cabeça. A beleza mora em nós e todos os dias caminha ao nosso lado, verdade? Bem que lhe pergunte: objectos que lembram rostos humanos estão em toda a parte (céus, demore-se na imagem que lhe envio), como é que o cérebro sabe que é ou que não é um rosto? Como é que disse? Não acredito... Adiante. Aí vai, seja curioso: o trabalho colaborativo entre os dois hemisférios cerebrais é particularmente relevante na percepção visual e espacial; assim é o processo: o hemisfério esquerdo (especializado no reconhecimento facial) chega-se à frente (um parzito de segundos), calcula as possibilidades de ser um rosto e passa a informação ao hemisfério direito; o hemisfério direito usa de imediato esse informação para que o cérebro tome uma decisão rápida, categórica: é um objecto que é um rosto humano ou é um objecto que não é um rosto humano. Como é que eu sei tudo isto? Ora essa! Sei que o tempo é instrutivo e sei que exige colaboração... O que é que me está a perguntar? Pergunta interessante, gosto. Não perca mais tempo; para saber como é que o cérebro aprende para ver, comece por aqui... Agora vou para os braços de morfeu. Mas ainda lhe digo que me parece que hoje o frio da rua se entranhou no meu corpo; este meu corpo perfeito e "flor de estufa" quer calor, não se dá bem com as temperaturas frias; tenho esperança que o sol regresse rapidamente. Não core, não ruborize, aguente-se, calma; vou revelar-lhe os dados que estou a inserir para navegação (GPS, sim) - pálpebras minhas, é só mais um parzito de segundos, please, please... -,vamos lá então, assim: rotunda da asadinha, mão dada e olhares cúmplices, jantar longo e bem conversado ((esclareço; daqueles jantares de dar inveja aos restantes comensais (alguns, uns palonços!): olham de soslaio, esticam o ouvido, livra, aqueles dois conversam e conversam e este aqui (ou esta aqui) que não abre a boca)), fim de dia suado, céus, acudam, também quero, mereço, aconchego... Monteverdi ou Debussy? Deixe-me pensar, uhm, uhm ..., escolho Chopin.

Adenda (nova mensagem recebida)
Eu sei, eu sei, meu caro, que não sabe que esta pintura é de uma artista coreana, eu sei, mas isso agora também não interessa. O que interessa é que - Michio, só um parzito de segundos, já falamos - , (céus, aquele Michio sempre a querer falar comigo, que vida!)..., o que interessa é que (dizia eu) o cérebro e o universo são uma e mesma coisa (é tudo um problema de escala)... Adiante. Na minha noite de dormir, apanhei livre uma fresta no multiverso e fui direitinha à minha infância; e, quando vi a pintura daquela artista (coreana), exclamei: sou eu, somos nós, és tu e eu e nós. Logo, logo depois, acordei de olhos papudos (sina de ter nascido com olhos bugalhados). Sim, diz lá Michio, rápido, desengoma, não percebes o quê?!...  

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