Sábados, domingos e feriados...


(...)
"Queríamos comunicar à câmara que os contactos com a Santa Sé já foram iniciados. A Santa Sé é favorável à reposição dos feriados religiosos", disse Pedro Nuno Santos, intervindo no final do debate parlamentar sobre os diplomas do PS, PCP, PEV e BE para a reposição de quatro feriados, e do PSD e do CDS-PP para uma reavaliação. (Aqui)

O governo anuncia: 
- "A Santa Sé é favorável à reposição dos feriados religiosos."
Olha a novidade! Poderia ser desfavorável? Talvez, mas só no futuro...
Questão importante (esta sim) é saber porque é que existem (num Estado laico) feriados oficiais exclusivamente referenciados à religião católica. A esta questão, o governo diz nada. Pois!

Adenda
Muito a propósito. Nem de propósito...
(...)
"A Igreja Católica "tem atrás de si um grande e belo passado de escritos religiosos sublimes, inumeráveis iniciativas caritativas e múltiplas obras de arte. Realizou uma obra civilizadora grandiosa e mundial. Deu à humanidade legiões de santos e santas, canonizados ou não, incansavelmente dedicados ao serviço do próximo. Mas a sua grande fraqueza foi ter-se constituído em poder... Ora, é preciso que de ora em diante abandone o poder, pratique a humildade para poder de novo convencer e dar-se a si mesma estruturas mais flexíveis do que no passado e, portanto, capazes de evoluir. Porque é necessário hoje aceitar e dominar evoluções inevitáveis".
Dever-se-à perguntar: como foi possível o movimento iniciado por Jesus ter hoje um Vaticano?! Seja como for, digo eu, a história é o que é e o que se impõe é uma revolução, para modos democráticos de governo eclesial, para a simplicidade, a transparência, o serviço. Cardeais e bispos não são "príncipes" nem podem viver como "faraós", diz Francisco. E as suas nunciaturas só poderão justificar-se enquanto serviços humildes de pontes para o diálogo e a paz mundiais."
(Aqui)

Adenda (mensagem recebida)
Estou a saborear o segundo café da manhã, sentada na mesa (sentada na mesa, Deus meu, sentada à mesa quero eu dizer) da cozinha e a deitar uma olhadela para lá da janela da sala, está um tempo tão incerto, tão enfarruscado que por pouco não me enfio na cama outra vez (ai, mas já a manhã vai longa, não...). Por falar em incerteza, o vídeo da conferência de ontem anda às voltas, a física quântica é um fascínio. Parece-me que os cientistas andam a teorizar e a procurar, procurar, procurar, não sabem é ainda bem o quê. Volta Heisenberg! Ainda que ele tivesse uma costela nazi (uhm) explicou bem o indeterminismo da Natureza. Erro seria os cientistas pensarem que não existe para além do imprevisto e da surpresa, uma força maior, um plano e desígnios constantes. E isso os cientistas já perceberam que existe. Existem constantes na incerteza. Gosto de pensar (Jesus, Maria, e não sou eu uma cientista) que nós somos uma constante neste Universo e nas nossas vidas. Somos um coeficiente de estabilidade na fórmula de cálculo da nossa passagem por este minúsculo mas tão expressivo lugar do Cosmos. O Cosmos em expansão acelerada, o da curvatura (como a Bolha do Michio, que se tem como certo que não é de expansão ilimitada e um dia: big bang!). Ai esta minha mensagem matinal, tanta sabedoria ao vento! Dizia a minha avó da Beira Baixa que as conversas são como as cerejas, sempre gostei desta expressão, até porque ela tinha una vasos com flores de brincos de princesa que punha nas minhas orelhas, rindo-se, e eu associo aquelas flores a cerejas maduras que, aliás, também fazem uns belos brincos. A minha avó, meu caro atiçador de ideias, era católica (claro, óbvio), retinta. E digo-o assim com certeza expressiva porque o meu caro pensador poeta não pode ignorar que o catolicismo estava e ainda continua a estar muito presente no povo português. Também não podemos ignorar que a nossa matriz cultural, antiga, antiga, é judaico-cristã e que não a devemos renegar. Quer se goste ou não se goste, a maioria dos portugueses é católica ou professa um culto cristão. Acho bem que os nossos feriados também sejam religiosos, reflictam a nossa cultura religiosa e expressem os valores cristãos que nos enformam como pessoas e como povo. Os não cristãos não têm do que se queixar neste país: vivemos sob o princípio da liberdade religiosa, reconhecemos o culto e o casamento das restantes religiões e licenciamos a abertura e funcionamento de lugares de culto de todos os lugares do mundo. Estou cá a pensar que escolheu o tema de hoje por causa do meu “Jesus, Maria”! Dou agora conta que deixei arrefecer o café. Não. Santo Deus, Senhor, ponho-me a escrever para si e esqueço-me de quase tudo, vida a minha! 

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