A propósito de um algoritmo XPTO

Figure 10
Generated by human-blind automated procedures, we depict an oversimplified graphical model of the information representation flow from sensory inputs (bottom) to abstract representations (top) in human cortex. Bottom layer of the pyramid included a sample representative description of the 20th percentile of behavioral elements closest to sensory inputs, the next layer up includes a sample description of behavioral elements from the 20–40th percentile…with the top layer containing a sample description of the behavioral elements distributed deepest in the cortical network, at the structural pinnacle of cognition.
(Mensagem recebida)
O que eu tenho pensado, meu caro! Porquê? Não se amofine, eu conto-lhe. Tenho passado dias e dias à volta de um algoritmo XPTO, e não é que o não encontro?! Não sabe o que é um algoritmo, céus! Muito menos sabe o que é um algoritmo XPTO. Santo Deus, Jesus. Cristo! Ó Cristo, anda cá ver isto! Acalme-se, vá ao dicionário e, depois, venha ter comigo, iremos ler em conjunto este estudo. Vá lá, anime-se, eu adianto algo que lhe interessa. Assim... Há tantos e tantos anos que se estuda o cérebro e pasme-se (às tantas é mesmo para pasmar) a ubiquação da mente no cérebro - ou dos mecanismos neuronais que sustentam o pensamento e a consciência - continua um mistério. Cá para mim, meu caro (que não sou de modas e nem de meias-tintas), a mente é a grande desconhecida da ciência; mas como os neurólogos insistem (estão mesmo convencidos) que a mente é a actividade cerebral, continuam (tem que ser) a vasculhar o funcionamento do cérebro para descobrirem o mistério. Nesse estudo os cientistas (que o realizaram) usaram dados de fMRI (tem o dicionário à mão, tem pois não tem?) recolhidos durante 20 anos em milhares de investigações experimentais sobre o cérebro; e analisaram-nos com um algoritmo criado por eles, um algoritmo baseado na geometria. O objectivo dos cientistas era compreender melhor como é que o pensamento surge da estrutura cerebral (demore-se uns minutos na imagem e traduza a legenda). Se eu penso que os cientistas têm a mania de complicar? Nem sei que lhe diga. às vezes sim. Exemplo. Qual a dificuldade em dizer que um algoritmo é assim a modos que uma receita de cozinha? Se hoje eu estou linda? Oh meu caro, por quem é, eu não estou linda, eu sou linda, sempre, e vivo na sua mente: eu sou mistério na sua mente, sou (para si, só para si) um afluente da longa memória do mundo, quanto eu gosto que me adore!

Adenda (nova mensagem recebida)
Pois é, meu caro, virei e revirei a minha mensagem do avesso e (ó céus): é o equivalente a dizer que me conferi de novo existência, sou aquela que habita em si. Gosto muito de escrever sobre o tema da mente e do cérebro. É um tema que me entusiasma e me fascina, sabe, pois não sabe? Quando escrevo sobre temas puramente filosóficos, de que este disse isto, aquele disse aqueloutro, usando conceitos herméticos que ninguém entende, a não ser um especialista ou filósofo, fico perdida. De facto, qual a vantagem de problematizar e complicar a vida, se o que todos devemos procurar é a simplicidade? É engraçada a minha ideia de comparar um algoritmo a uma receita de culinária, pois a receita também tem preceitos, sequência, exige algum raciocínio e, eu diria mesmo, criatividade: para alcançar um resultado prazeroso, apetitoso, saudável. Se a mente, como dizem os cientistas, se resume à actividade neurológica (ou neural, neuronal, quero eu lá saber agora), então, o Todo (a Alma do Mundo, isso) está enroladinho no meu cérebro... Que dirão aqueles que já sentiram uma presença ou uma força exterior que parece penetrar no corpo, ou ouviram um sussurro ou uma melodia inesperada, uma inspiração inusitada e sem qualquer origem intrínseca aparente? Que me diz, nunca sentiu uma presença-distante-próxima? Adiante. Reduzir a mente a sinapses parece-me muito pouco. E a intuição, meu caro (tão forte em mim), tantas vezes me parece vir de fora e não de dentro, se é que me faço entender. Tantas vezes as palavras que saem pela minha boca (ou das minhas mãos maneirinhas), não sou eu que as digo ou escrevo: são antes ditadas para mim. Como explica a ciência que pessoas em lugares distintos do planeta, que nunca poderiam ter entrado em contacto umas com as outras, em épocas distantes ou em simultâneo, tenham pensado, sentido, pressentido ou manifestado as mesmas ideias ou as mesmas criações? A ciência ainda não explicou isto. Até que me provem o contrário, o rio que flui em mim vem da memória guardada em algo muito superior a mim e de que sou só uma micronano (ou micronana, quem sabe?) partícula. Repito. Até que me provem o contrário, esta minha tese é tão válida como a dos cientistas, aquela tese que resume tudo a actividades orgânicas. Meu caro admirador de mim-mesma, admirador de mim própria (e única), mesmo que proibissem, eu não conseguiria deixar de pensar com o coração em vez de pensar só com a cabeça. Bem sei que isto, para si, não é ciência (e eu ralada, franja minha!). Mas para mim é vida, é a verdade, porque a sinto como sendo a verdade. Não (só não...) me pergunte de onde me vem esta certeza, porque a isso não tenho capacidade para lhe responder (eu disse "não tenho capacidade"?!). Talvez ainda não seja o tempo certo para a Humanidade saber a resposta. Adiante que me chamam de novo, outra vez urgente, mais uma vez muito urgente, só a mim, vida, céus, eu!

Adenda (nova mensagem recebida)
Decididamente, meu caro, eu não existo, digo, decididamente não existo; mas quando não existo, existo. Sou assim, de nascença. filha da minha mãe. Agora, céus, imagine só a bizarria! Vou baralhar o algoritmo XPTO; vou pedir-lhe que oiça (com atenção) falar da "Planilândia" (legendas em português brasileiro). Nunca ouviu falar na Planilândia e nem nos planilandeses?!... Olhe os meus olhos grandes divertidos, que vida a minha, todos os dias ultrapasso os meus limites (limites da curvatura, diz o Thad Roberts, saberá ele do meu vestido de curvas perfeitas?). Sou assim, de nascença, que se há-de fazer?

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