A cátedra de Newton

Problemas de curvas de Newton.
Essa é que é essa, meu caro, ah pois é, um líder de opinião, em Portugal, ganhou as eleições e vai ser Presidente da República, essa é que é essa. Mais: esse líder de opinião ganhou uma nova cátedra! Vamos lá a ver se a gente se entende, calma, respondi, amanhã, daqui a umas horas, tenho que me levantar cedo, não é hora para falar de eleições, ganhou, ganhou, está ganho, aliás, sempre que a esquerda aliena o centro, perde, favas contadas: mas, mal que lhe pergunte, "ganhou uma nova cátedra", qual cátedra? A cátedra portuguesa, ora essa, céus! Não diga que não sabe o que é uma cátedra. Oh, oh, meu caro, que ignorância, que desaforo intelectual! E eu ralado, ripostei a modos que deixe lá isso. Bugalhou os olhos (a minha manta já tinha dado às de vila diogo, que mania tem ela de a rapinar), e: nem de propósito, demore-se nestes documentos de Newton que eu estudo, acaso sabe que também Newton ganhou uma cátedra em 1696? Quis responder-lhe mas não fui capaz; ela estava tão linda que o meu coração, de tanto bater, quase parou. E, numa intimidade que me agradou sobremaneira (maravilhosa voz), disse, como ar sábio, que a cátedra de Newton se chamava "cátedra lucasiana", e disparou à queima-roupa: não faça como Newton que tentou encontrar inclinações parabólicas em linhas rectas, demore-se nas curvas, lentamente, isso, gosto, gosto... Estremeci por dentro.

Adenda (mensagem recebida)
Até que não está mal escrita a nossa conversa matinal. Esqueci-me de lhe dizer (cátedra minha!) que ando a pensar no que será a vida humana dentro de mil anos, em 3015... A tecnologia será magia? Boa pergunta, meu caro admirador de mim, continue, está no bom caminho.

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