Saber da vida?! Quem sabe? Feliz Natal!
(Giotto, Natividade (1310, Igreja de São Francisco, Assis - link)
Em tempo de bondade e gentileza e boas festas (em época de Natal se representa o anual e calmo drama de Deus: silencioso como uma aparição), quisera eu, quisera eu saber da vida, mas não sei. Assim é,
assim não fosse. Os pontapés do destino e dos semelhantes (até dos mais próximos), os telhados de nuvens que se alongam, os trambolhões que por
descuido (ou tolice parva) nos acontecem, as andanças por franças e araganças, os abruptos tumultos das dúvidas, e até alguns raros (e únicos) momentos de euforia, não servem para entender a vida: a vida é caminho fora do mapa, é mar que nunca dantes navegado, onde nem bússola (ou gps sofisticado) se aventuram. É, tão só (e basta), caminho sugerido por uma plácida estrela a acenar, a oriente. Parênteses: no aceno dela, a liberdade e a língua e os poemas e as ocupações somos eu e tu; o passado e o presente e o futuro somos eu e tu; amados pelo tempo somos eu e tu. Fim de parênteses. Derrapar nas curvas, cair nas valetas, é fado, é destino, é assim, assim; que se há-de fazer! Nem escolhemos a rota: somos empurrados pela aragem ou pelo vento norte ou suão. Uns aproveitam o vento, o canto dos pássaros, as planícies e os prados cor de esmeralda; outros (desatinados) enfrentam os ciclones, a livre orquestra do ventos e os infinitos exércitos liliputianos silenciosos. Saber da vida, quisera eu, mas não sei. A verdade é quem nem sei donde vem o vento; e muito menos sei quem o sopra. Saber da vida?! Quem sabe? Feliz Natal!
Adenda (ao saber da vida)
É tempo de Natal (só assim se entende), foi confirmada uma (mais uma outra, que sina!) nacionalização de lixo financeiro. Nacionalização acompanhada da venda de um banco (limpo de qualquer incobrável) pelo valor (simbólico, pois claro, óbvio) de 150 milhões de euros. Cito: "Em vez de prescindir desse encaixe e ordenar o encerramento do BANIF, o Governo decidiu convocar todos os portugueses para pagarem o equivalente a vários anos de cortes salariais ou de sobretaxas pela sobrevivência de um banco que, com o dinheiro de todos, continuará a desenvolver a sua actividade no âmbito das mesmíssimas regras que permitiram que falisse."... Saber da vida? Quem sabe? Feliz Natal!
Adenda (ao saber da vida)
É tempo de Natal (só assim se entende), foi confirmada uma (mais uma outra, que sina!) nacionalização de lixo financeiro. Nacionalização acompanhada da venda de um banco (limpo de qualquer incobrável) pelo valor (simbólico, pois claro, óbvio) de 150 milhões de euros. Cito: "Em vez de prescindir desse encaixe e ordenar o encerramento do BANIF, o Governo decidiu convocar todos os portugueses para pagarem o equivalente a vários anos de cortes salariais ou de sobretaxas pela sobrevivência de um banco que, com o dinheiro de todos, continuará a desenvolver a sua actividade no âmbito das mesmíssimas regras que permitiram que falisse."... Saber da vida? Quem sabe? Feliz Natal!
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