Há luvas e luvas e até outras luvas



(Mensagem recebida)
Aí tem, meu caro, um exemplo (uma luva especial articulada com um dispositivo móvel) que concretiza a definição mais simples de tecnologia ao serviço da sociedade e da vida humana: ser um artefacto e ter utilidade e uso num determinado contexto específico. Será que um dia esta luva sai do laboratório? Tenho dúvidas... Adiante. Está surpreendido com o teor desta minha mensagem? Pois não esteja. A explicação é simples. Ando assim a modos que preocupada com o isolamento de uma minha amiga surda. Pois sim, claro que falo com ela (é surda mas não é muda, óbvio), trocamos impressões (quanto me divirto quando nos olham) sobre tudo e mais alguma coisa (ainda ontem tanto falamos do meu tempo de Hipatia). Adiante. Já me inscrevi na escola virtual de língua gestual portuguesa, vou desenvolver um voluntariado e (sempre) faço o possível para estar atenta a todas as inovações relacionadas com pessoas surdas. Eu sei, meu caro, eu sei que tenho que lhe explicar porque é que alguns ainda dizem "surdos-mudos"... Adiante outra vez. "Surdos-mudos" (tenho eu para mim) são aqueles (e aquelas) mal formados e de maus fígados que põem em causa o valor e a qualidade de outras pessoas, de pessoas sérias e honestas. Prometo falar-lhe mais sobre este assunto, mas agora não é hora (rimou, "agora não é hora", gosto). Esses, essa espécie de surdos-mudos (esses e essas que também as há e muitas), ainda lhe digo, meu caro, precisam  (sei do que falo, sei sim) precisam de umas boas bofetadas de luva branca. Não sabe o que possam ser bofetadas de luva branca? Senhor, será possível, Deus me livre e guarde! Pois saiba que há luvas e luvas e até outras luvas (estas últimas, as luvas da corrupção, não são para aqui chamadas)...

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