O engano dos sentidos (2)


(...) "Descartes empreendeu a sua busca da certeza pensando, em primeiro lugar, sobre os dados dos sentidos: ver, tocar, cheirar, saborear e ouvir. Será que podemos confiar nos nossos sentidos? Nem por isso, concluiu. Por vezes, os sentidos enganam-nos. cometemos erros. Pense naquilo que vê. será a sua visão fiável em relação a tudo? Deverá acreditar sempre nos seus olhos? Um pau direito mergulhado na água parece dobrado se o olharmos de lado. Vista à distância, uma torre quadrada parece redonda. Ocasionalmente, todos cometemos erros sobre aquilo que vemos. E Descartes observa que seria insensato confiar numa coisa que já nos enganou no passado. Assim, rejeita os sentidos como fonte possível de certeza. Nunca pode ter a certeza de que os seus sentidos não o estão a enganar. Provavelmente, na maioria das vezes, não o enganam, mas a diminuta possibilidade de isso acontecer significa que não pode confiar completamente neles. Deste modo, em que pode ele confiar?" (...)
Capítulo 11, pp. 76 e 77

(Mensagem recebida)
Já tinha, meu caro, já tinha posto um ponto final na minha apreciação sobra a actual situação política em Portugal. E não é que, ontem, fiquei rendida à filosofia (rendida à filosofia, céus, que mais me irá acontecer?). Vou sim, vou ler o livrinho que sugere, vou, prometo. Intuo que quer saber porque é que fiquei rendida à filosofia. Oiça então aqui (a partir do minuto 38.00) o Professor José Gil. Se me oferecer o livrinho do Nigel Warburton, linda de viver no meu vestido verde-limo, dir-lhe-ei mais e melhor. Mas duvido (ui, quanto a dúvida metódica de Descartes me amofina!) que me consiga ouvir, só vai ter olhos (e mãos) para mim, aposto. 

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