Rotinas ou a ordem no tempo

(Mensagem recebida)

Não sei mesmo, meu caro, não sei mesmo se é verdade ou não. Mas que me garantiram que a imagem é da secretária de Einstein, lá isso garantiram. Santo Deus! Bem que ele era mesmo desorganizado! A resposta-desabafo-chiste do Einstein quando o criticavam pela desordem, era criativa: "se uma mesa cheia é sinal de uma mente desordenada, de que é então sinal uma mesa vazia?"... Espertalhão era ele, ah pois era! Adiante. Há para aí uns maduros que afirmam, sim, afirmam, que ter as coisas fora do sítio, viver na desordem, "pode estimular a criatividade porque o sistema é aberto; e, assim sendo, o sistema presta-se a "surfar", procurando saídas, criações, soluções, caminhos". Talvez sim. Mas eu, que tenho uma predilecção especial pela ordem e pela limpeza e pelo asseio (sou perfeita e única), disparo de imediato: as pessoas criativas costumam (?) ser desordenadas mas nem todas as pessoas desordenadas são criativas, ponto. Mas, vai daí, preocupada, fui ler este estudo e, záscatrapaz, exactamente o que eu penso, nem excesso de desordem e nem excesso de ordem, vantagens e desvantagens...; embora reconheça que uma pequena dose de desordem é conveniente para dar um toque de improvisação, de informalidade e de frescura à vida... Vamos às vantagens da ordem que as vantagens da ordem me interessam. A ordem favorece a harmonia, eficácia no rendimento e bem estar consigo próprio, sei eu de fonte limpa; acresce que a limpeza e a ordem (já ouviu falar na "teoria das janelas partidas"?) favorecem os comportamentos morais e legais, enquanto um ambiente desordenado pode levar exactamente ao contrário... Mas, mesmo que a desordem seja estimulante, não tenha dúvidas, meu caro, que todos precisam de rotinas, são elas que põem a ordem no tempo (confirme aqui se tem dúvidas). Sabe, por mero acaso, que o poeta W. H. Auden dizia que "a rotina, num homem inteligente, é um sinal de ambição"? Se eu sei que sou o pico criativo da sua ambição?! Claro que sei,  então não sei, não sei eu outra coisa, eu vivo nas suas rotinas, diariamente, sou eu que lhes dou sentido: ordem e desordem!