Imagem de sonho


(Mensagem recebida)
Recorda-se, meu caro, de um seu poeminha interessante e curioso e apaixonado? Ontem andei com ele todo o dia comigo, há quanto tempo o não relia, até o desmembrei verso por verso, saboreando um por um e interinhos:
"Só aqueles olhos grandes
de interrogação.
Só aquela ansiedade ansiosa
de tudo querer saber.
Só aquelas mãos nervosas
de profusão de carícias.
Só aquela cintura fresca
onde primeiro pousei a mão.
Só aqueles e aquelas
me roubam o sono, me fazem falta
e me não poupam o coração.
Só!"
Ditei-lho ontem, telepaticamente; e, ó meu caro, o seu cérebro não se deu por achado: espertinho e inteligente, misturou-o com um outro seu poema de mim, misturou-o com este outro. E hoje (que cérebro cuidadoso) enviou-me (os nossos cérebros comunicam facilmente) a imagem de fundo dos seus sonhos de ontem, uma imagem de sonho, assim ele lhe chamou... Cá para mim, sou eu a dormir no Universo até à manhã seguinte, pode lá ser, Santo Deus! Confirma-se, deixei de ter dúvidas: "Sob o poente a beleza conquista o tempo". Quanto eu gostaria de ter uma explicação segura para a interpretação dos sonhos! Claro que sei que andam por aí muitos e muitos (e mais que muitos) estudos, mas hoje vou revisitar Freud... Venha daí comigo.

Adenda (nova mensagem recebida)
Olhe só, meu caro, o que eu descobri, o que eu descubro, sempre eu, sou assim: o enamoramento provoca mudanças no cérebro, seja, uma relação romântica gera alterações em áreas cerebrais relacionadas a recompensa, a motivação, a regulação das emoções e a cognição social! Santo Deus! Será?! Mesmo?!

Adenda (nova mensagem recebida)
Oh, oh, oh, meu caro, é verdade, até estou a gaguejar, o que eu descubro, isso sim, é quem escreve e estuda sobre o que eu já sei: a ordem dos verbos é comutativa, também sabe! Este seu poema (e o outro também) é muito, muito bonito e tem tudo a ver com a recompensa, a motivação, a regulação das emoções e a cognição social... Adorava, muito pertinho de si (ora oiça e oiça), adorava, dizia eu, testar esta afirmação:
 - “studies have found activation increases in brain regions involved in the processing of reward, motivation and emotion regulation, when romantic lovers view photographs of their partners...”.
Se o tenho a si, em mil imagens, na minha cabeça? Então não!

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