Os números e o 13313

(Mensagem recebida)
Oh, oh, meu caro, disse demoradamente, mas, no fundo de mim,  queria dizer amorosamente. O meu sonho é que assim é. Sonho e sono, andam pelas nossas conversas, Senhor Deus, se é que se podem chamar conversas, estes monólogos electrónicos que deixam perguntas no ar globosférico (gosto desta palavra, ai se gosto) sem resposta... Enfim, cá estou eu em mais um final de dia. Sim, vi e reli, claro que vi (pois reli) o meu "Direito e matemática", claro que sorri, envergonhada, mas sorri. Envergonhada porquê? Porque também sei de Direito e a minha matemática também sai sempre torta, é o que é, enfim. De facto, é impressionante, aquele despacho do magistrado, não tem ponta que se pegue. Leu o fundamento da decisão do despacho? Então, mas ninguém pediu a redução da penhora e o Juiz "reduz" a penhora a seu belo prazer?! E diz que o Tribunal nada tem a ver ou a opor que o penhorado refaça a sua vida e blá blá? E, por fim, acaba por determinar uma aberração daquelas? A sério, nada sei de matemática, mas ainda hoje recorro ao método "dos feijões" que o pai utilizou para me ensinar a somar e a diminuir e a dividir. Dei comigo a pensar assim: vamos supor que temos um vencimento de 12 feijões, divido os 12 feijões em 6 grupos de feijões iguais, fico com 2 feijões em cada grupo, assim como se fossem 6 prestações de 2 cada, pelo que, 1/6 são 2. Certo? Agora experimento dividir os 12 feijões em 5 grupos iguais e..., bem, agora a matemática ficou mais difícil, acho que vou substituir o método dos feijões pela calculadora. Uhm! Diz que o resultado é 2,4, mais ou menos, o equivalente a 2 feijões mais metade de um feijão, logo, 1/5 são 2,4. Se 1/5 não é maior do que 1/6 não sei que diga, nem o que faça da minha vida. Em que é que ficamos? Reduzimos ou aumentamos o nível de restabelecimento da vida do penhorado? O Juiz bem que podia ter satisfeito a minha curiosidade, afinal, que fez o penhorado para lhe tirarem vencimento e para estar a refazer a sua vida? Adiante. A verdade, meu caro, tenho de admitir, que se não fosse eu ter feito os cálculos que lhe demonstrei, a primeira coisa que me veio à minha linda cabeça de jurista foi que 1/6 ou 1/5 davam no mesmo, que a proporção é que era diferente. Santa burrice, a do juristas, advogados e magistrados, todos juntos não percebem nada de nabos! Eles (e eu) são os nabos, os próprios! Mas refiz o erro de cálculo da forma que humildemente lhe revelei. No meu tempo de advocacia (belos, uhm, tempos), os patronos que tive (tive vários, e que tais!...) mandaram-me comprar uma máquina calculadora, mas daquelas com as teclas grandes, quadradas, máquinas muito simples para não atrapalhar, que tinha de ter uma porque havia que calcular os montantes de juros legais de mora. Muitas e muitas tardes (ó céus) passei eu a teclar na máquina de calcular, teclas grandes, só somar, diminuir, dividir e multiplicar, mais nada para não atrapalhar. Trapaceiros, isso sim (eles sim, eu não, óbvio). Depois de pensar ainda mais um pouco nesta situação, concluí ainda que eu estou mesmo fora da equação daquele Juiz, eu que tenho como número predilecto o 13, percebi que nem todos são bafejados com a sorte deste número. Reparou que o processo é o 1313? Pois, a sorte que o 13 me dá não é para todos ou não fosse a minha cédula profissional (que já não uso há muitos anos): o 13313. É a vida! Contei a estória à Mafalda e veja no que deu! Vida a minha! 

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