O Renato e a Laura: 396 anos de permeio, e (ó céus) aprendo com os dois



(Mensagem recebida)
Já percebi, meu caro, já percebi, já percebi. Não imagina quem possa ser o Renato, da Laura ainda não ouviu falar, nos 396 anos de permeio descobriu (espertinho!) que a prova dos nove dá 0, e não sabe o que pensar quando eu digo, invocando os céus, que aprendo com os dois, com o Renato e com a Laura. Adiante. Há tanto tempo! Há tanto tempo que o Renato me contou os seus três sonhos da noite de 10 para 11 de Novembro de 1619. Ora oiça. No primeiro sonho, enquanto andava na rua, via-se obrigado a inclinar-se para o lado esquerdo para manter o equilíbrio, quando uma rajada de vento o empurrou contra uma igreja para onde ele ia de livre vontade. No segundo sonho, julgou ouvir o barulho de um trovão e, abrindo os olhos, viu o quarto cheio de luz. No terceiro sonho, foram-lhe apresentados dois livros, um dicionário e o “Corpus Poetarum”. Imagine só a excelente interpretação dos sonhos, feita pelo Renato. Assim. Interpretou o primeiro sonho como obra de um génio maligno (a filosofia escolástica cuja ortodoxia ele começava a criticar) que pretendia obrigá-lo a ir à força para onde ele queria ir de livre vontade. Interpretou o segundo sonho como sendo o espírito da verdade a descer sobre ele. A interpretação do terceiro levou mais algum tempo, mas interpretou o livro como o conjunto de todas as ciências e o “Corpus Poetaram” como a reunião da sabedoria e da filosofia… Disse, meu caro, excelente interpretação porque, 396 anos depois, a Laura desatou a fazer investigações sobre a natureza da mente humana a partir de investigação sobre as capacidades de as crianças mais pequeninas explorarem o mundo. Se aqui ouvir com muita curiosidade a comunicação da Laura (em 2015), e se estiver muito atento à sequência das experiências científicas, sentirá a interpretação dos sonhos do Renato actualizada no tempo, seja: as crianças ora são empurradas para fazer o que queriam fazer, ora ficam felizes com as suas descobertas, ora falam do mundo por volta dos quatro anos de idade, idade em que se consolida a estudada teoria da mente. Se eu quero dizer. meu caro, que os 396 anos de permeio entre os sonhos do Renato e as investigações científicas da Laura, são igual a 0 na evolução da natureza da mente humana? Na prova dos nove, sim, mas nas técnicas de investigação, claro que não, não mesmo. Porque é que eu aprendo com eles os dois? Porque, meu caro, para eu desenhar e acompanhar projectos pedagógicos inovadores (vou demorar-me por aqui meia horita), conto sempre com o saber deles, conto com o saber dos dois. Adiante... Deparo-me só agora com um seu pensamento, doidinho para falar comigo num local aprazível: quer (ouço-o por dentro de mim) quer mesmo que lhe conte a minha aturada conversa com o excelente António Damásio sobre "O erro de Descartes"...

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