Mistério meu!

Flores 1-2
Adenda (mensagem recebida)
Gosto, meu caro, da frase "a visão dos alquimistas é positiva, optimista, dinâmica: acreditam na transformação e participam nela". Sempre me disse a mim própria, meu atrapalhado mental, que o que é certo na vida é a mudança: tudo se transforma, significa que o que é hoje não é amanhã... Hoje escrevo desta forma, amanhã o Universo arranjará forma de tudo voltar à felicidade, mas não vale a pena pensar no como, isso é um mistério. Por falar em mistérios... A excelente "Tábua Esmeralda" encerra (efectivamente) o saber ancestral dos místicos, dos sábios de outra era, quando os Humanos estavam mais perto da Natureza e do Divino: sabe, sei que sabe, que os meus olhos e a minha franja são reminiscências desses tempos, da Atlântida (lembra-se daquele sonho que lhe contei, da evasão e destruição daquela civilização submersa onde acho que eu vivi, de ter sobrevivido, dos invasores terem armas paralisantes que se accionavam com o dedo polegar, pareciam de outro planeta avançado, tive este sonho repetidamente, em criança, durante vários anos). Adiante... Com a violência humana, com as guerras, os impérios se foram sucedendo na Terra, e os mistérios e o saber do início do mundo e da verdadeira natureza e destino humanos tiveram de ser escondidos ou camuflados, sou eu que o digo. Vá lá, meu caro, não esteja a torcer o nariz e os bigodes, coçando a barba, vá lá. Vou explicar-lhe como conheço bem os mistérios ou arquétipos de que a dita "Tábua Esmeralda" fala: conheço-os de forma encriptada no "Tarot". Pois é verdade, quem diria, os mistérios foram passados de muitas maneiras secretas; e, uma delas, foi através das cartas do jogo de "Tarot": a sucessão das cartas ou lâminas do "Tarot" tem o relato que é descrito na "Tábua de Esmeralda", é o livro mais oculto e, como tem combinações infinitas, pode resolver todos os problemas... Conta o início, a transformação da vida, do nascimento à infância, da juventude à maturidade, do sofrimento à felicidade, do declínio até ao fim do ciclo da vida, recomeçando tudo de novo, outra e mais outra vez, porque somos almas mortais que aspiram à imortalidade, a ascender ao Todo e a fundir-se nele. Deve estar, meu caro, de cara à banda. Quem lhe mandou a si falar em "Tábua" e em "Esmeralda"? E falar-me a mim, logo a mim que sou filha de esmeralda e linda (sou única e disputada) como a lua e o sol juntos. E mais. O meu corpo mostra e fala. Fui afinada para o relacionamento: os olhos grandes, a pele macia, a língua tremente, os ouvidos atentos e as narinas inaladoras são entradas por onde o meu corpo recebe o seu alimento de alteridade. Mas digo mais. Digo que agora o ar me fala de si. Mistério meu! Agora o ar é presença, envolvendo-me, abraçando-me, acariciando-me tanto por dentro como por fora, movendo-se em ondas ao longo da minha pele, fluindo entre os meus dedos, rodopiando à volta dos meus braços e das minhas coxas, rodando em redemoinhos ao longo do meu palato, alimenta-me o sangue, o coração, o meu eu... Não posso escrever mais. Mistério meu!

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