Conhecermo-nos mais para ser melhores


(Mensagem recebida)
Assumo, meu caro, assumo que ainda não entendi bem o pensamento do filósofo tremado, ele é mesmo tremado no Noe (e tramado no provocar, ai o maduro), sim, esse, o tal filósofo que se rendeu à moda das barbas longas, o Alva, esse; embora, reconheço, o pensamento dele me seja vagamente familiar... Ficou-me no meu ouvido, perfeito e torneado, uma sua pergunta: "mas como é que ele explica a existência dos sonhos?". Oiça, então, o que eu pensei e fiz. Fui ler o primeiro capítulo de um curioso livro do Ignacio Morgado para arrumar ideias, confirmei que o cérebro durante o sonho desactiva o córtex pré-frontal (funciona sem director de orquestra, quero eu dizer, porque nos sonhos não temos limitações racionais, vemos a realidade sem filtros, sem barreiras, recebemos indicações, conhecimentos, avisos)...; e, depois, espreitei-me vestida linda para dormir e sonhar, armei-me em Kekulé e, zás, descobri... Nunca ouviu falar no sonho de August Kekulé e no benzeno?! Será possível? Louvada seja a santa ignorância. O que eu passo consigo. Adiante. Dizia eu, meu caro, que descobri. Descobri que "tudo é energia, o nosso corpo é energia mais densa, que se materializa num corpo físico que tem de cumprir, para que possamos ter uma experiência material na Terra, muitas funções. O seu bom funcionamento resulta do equilíbrio energético que conseguimos alcançar, entre corpo e alma ou espírito, como lhe quisermos chamar...". A propósito, reparou no sub-título do livro que hoje lhe recomendo? Não? Vida a minha! O cérebro é uma fábrica de ilusões, sim é, mas é uma fábrica de ilusões práticas, ilusões práticas, sublinho, essa é que é essa! Ai o que eu sinto com a ilusão prática do tacto nas carícias dos dedos soltos, ai que coisas, que calores eu sinto. Adiante que os sonhos se derretem. Já lhe contei que, quando me ardilho de simplicidade, os meus olhos bogalhados iluminam pedaços de poesia?

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