Sócrates era esquizofrénico


(Mensagem recebida)
Imagino que sim, meu caro, imagino que não consiga descortinar porque que é que eu escolhi esta imagem da Mafalda, para lhe falar de algo que me está a deixar intrigada, assim a modos que como bem revela a expressão expectante e pensativa da excelente e sábia Mafalda. Vamos lá ao que interessa. Primeiro apanhei um susto, depois suspirei, e agora estou tipo sei eu lá como. Só sei que nada sei! Já nem me conheço a mim mesma, que mais me irá acontecer! Verdade se diga que nunca fui muito adepta do "sim, não, talvez" e nem da "tese, antítese, síntese"; e, mais (diga-se de passagem), até também nunca fui à bola com a história do diálogo político como motor do desenvolvimento: o que é para fazer é mesmo para fazer, doa a quem doer. Que baralhação a minha! Então não é que estou a pensar que um tal político defensor do diálogo na política (esse mesmo) fugiu do pântano e um outro (sim é esse com nome de filósofo grego), que mandou o diálogo às malvas, está de cana... Este último político é o que tem o nome desse filósofo grego, mestre de Platão e mentor do método do diálogo? Pergunte-me e eu respondo que sim..., e a minha atarantice reside mesmo aí, afinal eu estou bem, eu sou nietzscheana, sempre fui. Olhe só! Por mero acaso descobriram o túmulo e o crânio desse tal célebre filósofo grego, e (ó céus) Sócrates era esquizofrénico, dialogava com um outro que também era ele, e a sua frase mais conhecida (e que fez filosofia) é totalmente diferente, seja, "eu sei que não sei quem nós somos", essa é que é essa, até sinto o rilhar aflito dos meus dentes:  o busílis da frase está no "nós", Sócrates era esquizofrénico, quem diria. Agora aguentem-se, a filosofia muda de figura. Lá se foi, meu caro, o diálogo pró galheiro, a arte da maêutica é chão que já deu uvas e até a dialéctica é um verbo de encher pneus, vida a minha! Ainda estou, tipo Mafalda, atordoada, expectante e pensativa. Mas, pensando bem, até que se abrem novos horizontes. A verdade, verdadinha, é que há muito ando farta de ver por aí (tantos e tantas) tão intelectualizados dos pés à cabeça que mal tocam a realidade: são platónicos no amor, teóricos no desporto e metafísicos no convívio... Adiante que se faz tarde. Sou nietzscheana e linda, meu caro, sou adoradora da espontaneidade do viver, do erotismo e do conhecimento instintivo, sou nobre de carácter e abomino a hipocrisia, sou emoção em estado puro e tenho grandeza carismática, sou nietzscheana, que se há-de fazer! Vá lá (com mil diabos!), decida-se, arrume os livros e venha daí jantar comigo um dia destes.

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