Vou escrever um livro para crianças, venha daí comigo

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Mensagem recebida
Olá, meu caro, como vai? Finalmente, aqui me tem de novo, tenho agora um tempinho livre… Aquele seu poeminha (aquele pois, aquele) tem andado às voltinhas na minha cabeça, o si (?). Tem alguma coisa a ver com o colocarmo-nos no lugar do outro, compreendermos o outro e cooperarmos, certo? Deve ser coisa das neurociências de que tanto fala, bla, bla, bla. Eu, bem mais incisiva (por supuesto), desculpe, saiu-me, costumo falar em sincronias entre as pessoas, tenho a impressão de que todos falamos do mesmo, embora em linguagens diferentes. Vou relatar um pequenino episódio do meu dia. Hoje compareci (escrevi compareci?!) no almoço de fim de período lectivo da minha excelente academia, lá encontrei um aluno meu (admirador sim, "aluno meu" é eufemismo, pois, adiante) que é simultaneamente professor e que já foi pastor protestante (o ser pastor só tem relevância se quisermos ver, no que vou dizer a seguir, um sinal de Deus...). Cumprimentou-me vivamente, como faz sempre, e disse-me: então, escreve livros e nunca disse nada?! Devo ter feito cara de parva e lá fui gaguejando: eu, eu não, eu não escrevi nenhum livro! Respondeu-me, assim com um ar meio trocista, meio rezingão: ai não?! Pois devia escrever, e escrever para crianças, devia contar uma história (bem catita) na qual falasse, por exemplo, na Constituição, e dissesse às meninas e aos meninos o que isso é; mais, devia chamar a atenção de algumas pessoas e dizer-lhes que há, em Portugal, crianças que ainda vivem em barracas miseráveis, e que, portanto, há crianças mais "constitucionais" do que outras. Faça, faça isso!... Nesse momento, abri muito os meus olhos bogalhados e grandes (como tenho a mania de fazer); e, meu caro, fiquei sem palavras, até a minha franja invejada se revoltou, e não era para menos, não era... Credo, Jesus, Maria, José! Há crianças mais constitucionais que outras! Vou escrever um livro para crianças, venha daí comigo.

Adenda (nova mensagem recebida)
Está decidido, estou decidida, meu caro, e não vou voltar atrás, vou escrever um livro para crianças... Mas antes, vou ver e ler e reler e estudar esta informação abrangente sobre a situação das mulheres e das raparigas no mundo. Se estiver atento, verá que se trata de uma compilação de informações e dados que variam desde a saúde à educação e até ao casamento infantil e à inclusão económica. Agora o importante é transformar o conhecimento em acção. é o caso. Sabe, pois não sabe, que sempre que necessito de me concentrar recorro à música e à dança: o que é que dizem as suas adoradas neurociências (vá lá, diga dopamina, dopamina, dopamina), percebi, claro que percebi, não o soubesse eu já... O que é que aquele relatório tem a ver com o facto de eu estar decidida a escrever um livro para crianças?! Homessa! Tem tudo a ver!

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