Venha ver-me e traga queijo e vinho


(Mensagem recebida)
Ainda hoje, meu caro, me divirto e sorrio (e aqueço e derreto-me) de mão dada com os meus botões! E tudo porque recordo a sua cara quando, no fim do nosso jantar costumeiro, me ouviu pedir ao empregado: "por favor, traga-nos queijo e vinho". Tem ideia?! Não? Claro que tem! Que atarantice a sua! Sempre que me observa, passa-se dos carretos, eu sei. eu sei. Adiante... Falo-lhe neste assunto porque (outra vez, só eu, sempre eu!) querem conhecer a minha opinião sobre esta investigação... Uma investigação, levada a bom porto, que confirmou, meu caro, o que há muito eu lhe venho dizendo, ou seja, que o cérebro prefere vinhos novos e com baixa graduação alcoólica. Concluíram que: "os vinhos com menor graduação alcoólica levam o cérebro a dar maior atenção a aspectos como o aroma, o cheiro e o paladar..., e, assim sendo, o cérebro delicia-se e obtém mais prazer". Oh, oh, meu caro, como eu recordo o seu olhar depois de provar o vinho que eu escolhi, o seu olhar era uma dádiva de um deus apaixonado e provocou-me uma tempestade de sangue que me ruborizou, até me sentia trémula com os seus olhos a espraiarem-se nos meus e sequiosos de mim, que arrepios. O sentimento nascia-me da carne, ou melhor, o sentimento era engendrado por um núcleo em "vê perfeito" que se servia dela, pondo em acção o maravilhoso potencial cósmico da minha natureza feminina. Vinho douro aquele, meu caro, vinho douro aquele, que categoria... Sim, é verdade, o nome do vinho nada tem a ver consigo, nada mesmo, creio firmemente. Calma, não se aflija, a menos que (sei eu lá!) tenha alguma costela de Miranda do Douro. Estou a brincar consigo, divirta-se e ria-se (gosto de o ouvir rir, sabia?), ui, ui, tanto eu sinto o seu pensar feroz de deus calado, ui, ui, que medo, que júbilo, que vontade de libar delícias... Venha ver-me e traga queijo de ovelha e vinho novo com pouca graduação.

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