Perdi as estribeiras, atravessei o espelho e o resto não conto
É muito interessante (mesmo, mesmo) a ideia, meu caro, são mesmo muito interessantes os resultados da experiência científica relatada pelo Neng Gong de Xangai... Eu nem queria acreditar, até me belisquei. Quatro horas da manhã de sono mal dormido e, mais uma vez, acordado por uma fada que não se enxerga. Não me enxergo, ouvi responder ao meu pensamento, homessa, eu que sempre que me vejo ao espelho me reconheço e confirmo o quão tanto tempo aturado e criativo os deuses passaram comigo quando me sonharam linda; hoje, imagine só, sussurrou, até se me desprenderam as pestanas e dei comigo a admirar os meus olhos grandes bogalhados de pérola. Muito bem, reagi, já estou acordado, sou todo ouvidos, vamos então saber os resultados dessa experiência. Todo ouvidos, alto aí, ripostou, hoje é dia dos olhos e não dia dos ouvidos: o que Neng Gong e a sua equipa conseguiram, foi treinar macacos rhesus em frente a um espelho, e conseguiram (espante-se) não só que eles passassem no teste de auto reconhecimento de Gallup quanto passassem a utilizar o espelho para ver outras partes dos seus corpos. Sim, interrompi, sim, conheço a utilização desse teste de Gallup para a identificação da autoconsciência nos seres humanos e em animais desde macacos, golfinhos e até corvos, mas fico com a ideia de que algo me escapa na experiência científica que acaba de relatar. Acalme-se, dedilhou as palavras, acalme-se, é mesmo por isso que os resultados da experiência são importantes, seja, alguns dos seus deficits cognitivos e algumas das suas atitudes autistas podem ser remediados e alteradas (respectivamente) através de treino, Tem dúvidas?! Se tem, faça o teste do espelho comigo em fundo. Riu-se (linda e linda e linda) num hã, hã, hã, divertido e solto... Perdi as estribeiras, atravessei o espelho e o resto não conto.
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