Lera, loth e mentalês
(Mensagem recebida)
Penso que não, meu caro, penso que não se explicou muito bem... Fui de carreirinha falar com a Lera e confirmei o que há muito em pensava: a linguagem é algo fundamental para a experiência dos seres humanos; e, óbvio, conhecer o papel da linguagem na construção da vida mental é mais um passo para desvelar a natureza humana. Está admirado?! Essa agora! Então ontem não me azucrinou a cabeça com a LOTH? Sim claro, meu caro, como entender, não disse loth, falou-me no mentalês, eu sei, eu sei. Igual, é igual... Adiante. o que está em causa, meu atarantado mental, é saber que a linguagem é tão fundamental para a experiência dos seres humanos que é difícil imaginar a vida sem ela; e, neste sentido, há uma pergunta que se impõe: são as diferentes línguas meras ferramentas para expressar o pensamento ou elas moldam o pensamento? Está baralhado?! Olha a novidade! Atente na imagem que lhe deixo, estude e apareça...
Adenda (nova mensagem recebida)
Perguntei, meu caro, ainda ontem (não tenho emenda), ao António Damásio, se havia pensamento consciente não verbal, se havia conhecimento sem palavras... Acabo de receber a resposta, e (ai, ai...) como me sinto feliz e palradora como uma estorninha inteligente e sábia... Aí tem a resposta do excelente Damásio, uma resposta que é uma delícia: "Neste momento, posso já afirmar que a forma mais simples sob a a qual o conhecimento sem palavras surge mentalmente é o sentir - o sentir do que acontece quando um organismo está envolvido no processamento de um objecto - e que só posteriormente podem começar a ocorrer inferências e interpretações relativamente a este sentimento de conhecer... Curiosamente a consciência começa como o sentir do que acontece quando vemos, ouvimos ou tocamos. Dito em palavras um pouco mais formais, é um sentimento que acompanha a produção de qualquer tipo de imagem: visual, auditiva, táctil ou visceral no interior dos nossos organismos vivos. Colocado num contexto apropriado, o sentimento designa essas imagens como nossas e permite-nos dizer, no verdadeiro sentido dessas palavras, que vemos, ouvimos ou tocamos. Os organismos que não estão preparados para gerar a consciência nuclear estão condenados a produzir imagens visuais, de som, ou de tacto, mas sempre sem nunca chegarem a saber que as produziram. Desde as suas mais humildes origens, que a consciência é conhecimento, o conhecimento é consciência, não menos interligados do que verdade e beleza estavam para Keats."
Adenda (nova mensagem recebida)
Perguntei, meu caro, ainda ontem (não tenho emenda), ao António Damásio, se havia pensamento consciente não verbal, se havia conhecimento sem palavras... Acabo de receber a resposta, e (ai, ai...) como me sinto feliz e palradora como uma estorninha inteligente e sábia... Aí tem a resposta do excelente Damásio, uma resposta que é uma delícia: "Neste momento, posso já afirmar que a forma mais simples sob a a qual o conhecimento sem palavras surge mentalmente é o sentir - o sentir do que acontece quando um organismo está envolvido no processamento de um objecto - e que só posteriormente podem começar a ocorrer inferências e interpretações relativamente a este sentimento de conhecer... Curiosamente a consciência começa como o sentir do que acontece quando vemos, ouvimos ou tocamos. Dito em palavras um pouco mais formais, é um sentimento que acompanha a produção de qualquer tipo de imagem: visual, auditiva, táctil ou visceral no interior dos nossos organismos vivos. Colocado num contexto apropriado, o sentimento designa essas imagens como nossas e permite-nos dizer, no verdadeiro sentido dessas palavras, que vemos, ouvimos ou tocamos. Os organismos que não estão preparados para gerar a consciência nuclear estão condenados a produzir imagens visuais, de som, ou de tacto, mas sempre sem nunca chegarem a saber que as produziram. Desde as suas mais humildes origens, que a consciência é conhecimento, o conhecimento é consciência, não menos interligados do que verdade e beleza estavam para Keats."
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