Emoções e lotaria de Natal


Pois sim, meu caro, bem que percebo esse seu ar atarantado, esta imagem está a engalinhar os seus neurónios, pois não está?! Duas mãos, uma chávena de café vazia e um envelope para o Manuel, que segredo, que segredo, conterá o envelope avermelhado? Sempre a mesma, pensei comigo, sempre a mesma fada em manobras de diversão, será que ela pensa que eu não dei já pela debandada da minha manta de lã merina, surripiada de novo. Em tempo de Natal, desafiei, em tempo de Natal é lá tempo para brincar aos palpites... Feliz, ela deu saltinhos de contente, enquanto trauteava, rodopiando em sabrinas pintalgadas: "quente, quente, meu caro, isso, isso, palpites, também o tempo de Natal é dado a palpites certeiros e atempados...". Charadas a esta hora era só o que me faltava, ripostei, devolva-me a minha manta, a manta é minha, isso é certo e não palpite. Ui, ui, ui, que medo eu tenho, ciciou, esta manta é minha, sempre foi minha, empresto-lha daqui a uns minutos mas só por uns dias, não esteja tão zangado, amanhe-se como puder; mesmo assim satisfaço a sua curiosidade e sempre lhe digo que a imagem é retirada deste excelente video de um anúncio de lotaria de Natal, ora oiça e veja..., que lhe parece, gostou? Estou sem fala, respondi, estou sem fala (e sem manta, que raiva, rsss) mas não tenho dúvidas da eficácia do anúncio, se o tivesse visto a tempo, de certeza que compraria uma cautela da lotaria do Natal, ai isso comprava, fiquei agarradinho à estória, o António é divertido e patusco, e eu até já estava com pena do Manuel, coitado, todos a comemorar e ele não tinha comprado uma cautela do número da lotaria de Natal, do número premiado, claro... Oh, oh, meu caro, invectivou-me, as emoções tomaram conta de si desde o início, vá lá não core, há muito que eu sei que lhe acontece o mesmo (e muito mais) sempre que eu estou pertinho de si, mas atente que a imagem que agora lhe mostro, revela o melhor e maior momento de emoção positiva do anúncio, reparou na música, vida a minha! Preparava-me eu para lhe responder à letra e sem peias, e já ela saltitava de novo na sua forma de estar única: "deu por mim a saltitar feliz, que bem me fica um barrete de Natal, sou linda pois não sou?

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