Visão, cérebro e magia

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Pensei e pensei e voltei a pensar, meu caro, e decidi-me. Este ano vou fazer em minha casa uma árvore de Natal diferente. Falei com o Akigoshi Kitaoka e ele autoriza que eu me inspire (até disse que me vai ajudar) nas suas serpentes em movimento... Acordei estremunhado, uma maldita espécie de gripe tinha-me obrigado a deitar cedo, muito cedo, e deparei-me com a imagem que a única fada que sabe combinar casaco verde cintado com blusa azul de laço esquerdino, me mostrava, enquanto tentava perceber o que ela dizia em voz tão afirmativa... Estou mesmo doente, pensei comigo, a imagem está parada e eu vejo tudo a rodar, o que é que se passará comigo, que frio está aqui... Óbvio que está frio, meu caro, ouvi dizer, destapou-se quando me viu, que querido, teve o cuidado de me dar a sua manta de lã merina... Irritei-me. Não lhe dei manta nenhuma, disparei, rapinou-ma, isso sim, julguei que estava a sonhar, ora esta, tenha dó, sinto-me doente, imagine que até vejo a imagem a rodar... Oh, oh, meu caro, ciciou. e vê muito bem, o seu cérebro cria uma ilusão de um movimento giratório a partir de um objecto estático, um dia destes e com tempo explico-lhe o como e o porquê...; é esta a ilusão que eu vou recrear na minha árvore de Natal, mas com corações lindos de tecido e tirinhas de papel que eu fiz (como sou prendada Deus meu!), sabe que a magia é uma excelente forma de aproximação ao estudo do cérebro? Belisquei-me e enrolei-me na manta, tinha a certeza de que estava mal, a cabeça latejava, sentia-me agitado e confuso e com calor, isto passa, eu a falar comigo, ao que isto chegou, qual magia qual carapuça... Oh pá, oh pá, oh pá, meu caro, ouvi a voz da fada em sorrisinho de hã, hã, hã, cubra-se, estou a sentir-me nervosa, a sua serpente está mesmo em movimento? É magia, meu caro, só pode ser magia! A propósito de serpente, aqui lhe deixo um magnífico documentário, não estamos sós neste líndíssimo planeta Terra, pois não estamos?... Estou doente, gravemente doente, tenho visões, insisti comigo, e oiço a zunir nos meus ouvidos a voz (límpida e inconfundível) da única fada adoradora e rapinadora (contumaz) de mantas de lã de ovelha merina... Ela disse a minha serpente, qual serpente, irra!

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