Touché!
Pois é como lhe digo,
meu caro, ando mesmo atarefada (oh pá, esta do atarefada até que me saiu sem
pensar), então não é que desta vez tenho que ir ao Quebec? Não podem passar sem
mim, vida a minha (Jesus, Maria, José!), o que seria de mim sem o dom da ubiquidade!… Por amor de quem é, ripostei,
por amor das fadas suas madrinhas deixe-me dormir mais uns minutos. Tudo bem, tudo bem, assentiu a única fada que (sempre que o
sol se mostra mais afoito) escolhe, mal se levanta e ainda de olhos papudos-bogalhados, sapatos
a condizer com o dia e com os seus vestidos lindos, soltos e ondulados… Mas, enquanto acorda (é preciso descaramento, pensei comigo) oiça-me porque eu vou falar baixinho como convém, sussurrou…;
hoje trouxe na minha mala fabulástica o meu caderninho parisiense, é nele que colecciono
os meus rabiscos de trabalho que traduzem as notas soltas das minhas aturadas pesquisas (caderninho parisiense, língua francesa, voilá…)… Olhe só (demore-se) a delícia e a beleza delgada e fina, continuou, deste rabisco feito a verde, o do sentimento do coração, lindo pois não é? Eu sou coração aos molhos, pois não sou? A minha silhueta é delgada e fina, pois não é? Fiz que não a ouvi… Ela, feliz (fica bem com os dias de sol e o sol todos os dias me fala dela),
rodopiou torneando-se, e: “deixe de tapar os olhos com
as mãos abertas, sei bem que me está a admirar e eu gosto e mereço; está um dia
tão bonito, prepare-se para o cafézinho da manhã sem pastel de nata..., hoje a delícia sou eu...”… Touché!
Adenda (mensagem recebida)
Adenda (mensagem recebida)
Bem giro, e bem esgalhado, este seu relato da nossa conversa matinal. Gosto,
gosto, gosto…, e olhe que é muito interessante também... Oh pá, se o autismo merece tanta atenção
noutros países, porque é que estamos a andar para trás, porque não se dá
atenção a este assunto no nosso país (o que me terá passado pela cabeça para
aceitar o visto gold que me permite
viver em Portugal?). Ah, e aquele site francês merece (insisto) mesmo muita
atenção, está muito bem feito: vou ter de
o ver (e rever) com mais tempo e com mais calma. E refiro a calma, porque hoje o que eu andava
a pressentir, acabou por acontecer: conflitos,
uma tristeza, falta de respeito...; para não variar, tentam envolver-me no barulho (logo a mim, não sabem com quem se metem, vêm por lã e vão tosquiados); e,
também para não variar: quem sempre descobre os erros e desmascara a gente má sou eu!... Vida a minha! Sou eu, porquê? Porque sou eu que trabalho e tento perceber e explicar e divulgar alguma coisa bonita da vida gratuita, óbvio! Ai, ai, ai, que me desmancho em sabedoria solta ao vento… Até já falei com a minha mãe, quero conhecer bem os meus genes, eu saio a ela, eu sou ela, sabe, pois não sabe?!... Mudando de assunto (mas minha raiva é a mesma...) reparou que acaba de ser publicado o diploma do novo
salário mínimo nacional (RMMG) em Portugal? A partir do próximo dia 1 de Outubro, passa
a ser EUR. 505,00. Uma farturinha, meu caro! Como é que o povo português se há-de preocupar com o autismo? Diga-me, se for capaz!
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