O tempo do manguito e do dedo alevantado?!

Até que, meu caro, acho muito pouca piada a alguns desenhos satíricos..., mas este (que acabei de receber e que agora lhe mostro), serve às mil maravilhas para desfazer alguns mal entendidos (podia dizer que são mentira mas não digo não, isso não digo) que o actual governo de Portugal põe a correr para enganar os menos atentos. Ou sejam? Perguntei enquanto admirava o porte altivo, sobranceiro e curvilíneo da única fada que não deixa desaforo por mãos alheias. Disse ela pausadamente e de olhos grandes pestanudos: o primeiro ministro (o do meio e de mão atrevida no desenho) teve a coragem de afirmar ipsis "parece-me que a meta que tínhamos definido de 4% para este ano é alcançável, precisa de alguns ajustamentos dentro do nosso orçamento na medida em que há algumas rubricas que têm um peso maior do que tínhamos previsto em consequência de decisões que não fomos nós que tomámos"... Percebo que ele quis alijar responsabilidades, interrompi, quando tentou fazer crer aos portugueses (na imagem uma variante do Zé Povinho) que as decisões erradas cabem por inteiro ao tribunal constitucional e não ao governo... Ora aí está, empertigou-se de blusa vaporosa a abrir-se em vê sugestivo, a mentira tem perna curta (mentira, diga-se de passagem, muito bem vendida por uma comunicação social bajuladora, de comportamentos asininos mansos e nada atenta a pulhices); é exactamente, meu caro, o contrário do que ele diz, as decisões de constitucionalidade duvidosa foram tomadas pelo governo e não foram tomadas pelo tribunal constitucional (saiba que a interpretação da lei constitucional tem pouco a ver com a política, ainda que os juízes tenham mundivências tributárias de formas de ler e de estar na vida e que têm a ver com a política)... Estou esclarecido quanto ao tribunal constitucional mas não acredito que a sua zanga a leve tão longe, provoquei, não acredito que tenha chamado burra à comunicação social, não acredito mesmo. Homessa, garantiu, então quando a comunicação social não desmonta o discurso falacioso porque não percebe que o sujeito da culpa é o governo e não o tribunal constitucional, ou bem que se submete sem pensar à linguagem do poder ou é burra, burra, burra mesmo... Preparava-me para lhe responder, quando ela (mas que linda e atrevida que é!) me segredou de sorriso fácil e galhofeiro: o povo português está farto (fartinho) de levar carolos em barda...; já está a começar o tempo do manguito e do dedo alevantado, eles que se cuidem e que estudem a gramática da língua gestual portuguesa (se tiverem alguma amostra de dúvidas...) ... O tempo do manguito e do dedo alevantado?!
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