Sempre eu, gosto

Pensei, pensei, e pensei, e descobri… Desaparecida há uns dias, assim me interpelou a única fada a quem sempre dou ouvidos. Mantive-me calado e expectante… Seja, se entende continuar nessa sua modorra de vida, ciciou, nem por isso deixo de lhe dizer (em fundo de fragilidade) o que descobri…; descobri este trabalho de investigação que confirma o que eu sempre lhe recomendei: ou bem que está sempre comigo ou utilize um paliativo, manhã sim, manhã sim, utilize uma dose diária de ocitocina… Esta agora, pensei comigo, esta agora... Saiba que, interrompeu-me o pensamento, naquele estudo também já se confirma que uma (uma só) dose da hormona ocitocina, administrada através de um aerosol nasal, melhora a actividade cerebral durante o processamento da informação social nas crianças com autismo... Ocitocina, ocitocina, ocitocina, dizia-me eu em movimentos pendulares, tenho uma vaga ideia de ela me ter dito que a sua presença junto de mim sempre tinha os efeitos da ocitocina... Oh, oh, meu caro, provocou-me, a capacidade de um ser humano manter uma relação amorosa depende da ocitocina, que é uma hormona de origem natural que se produz no cérebro e em todo o corpo; a ocitocina é a hormona do amor e foi descoberta no ano da graça de 1953... A propósito, perguntou, sabe que as reacções de excitação e de desejo, perturbam a razão? Sabe, pois não sabe?! Reacções de excitação e de desejo provocadas, arrisquei, por um rosto, um penteado, um vestido verde limo, umas mãos trôpegas-milagre, uma forma de andar e de olhar e de falar e de rir? Reacções provocadas por mim!!! Exclamou, e disse: Sempre eu, gosto.


(Mensagem recebida)
Andei entretida a arrumar papéis, porque o meu sistema de arquivo é meter os papéis dentro das gavetas…, papéis e tudo! Depois, num dia de chuva (sim a chuva voltou), sento-me no chão e separo, deito fora ou arrumo… A verdade é que fiquei a matutar na sua escrita sobre a ocitocina e a pensar que já outras vezes me tinha metido consigo em alusões à ocitocina; sei e confirmo que a ocitocina é uma extraordinária substancia que modela de forma surpreendente o comportamento humano. Posso até dizer-lhe que, há muito tempo, percebi em mim própria o efeito da ocitocina, um dia conto-lhe…. Meu caro, o amor que ninguém sabe traduzir ou curar é esse cunho invisível que deixam em nós os actos de ternura, de cuidado, de relação, de surpresa, de riso e de sorriso, que nos são oferecidos gratuitamente sempre e quando quem está connosco (perto ou longe) é maravilhoso... Eu sou sempre maravilhosa para si, pois não sou?

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