Só quinze minutos, vá lá, e seja delicado!

Oh, oh, oh, meu caro! Até que gosto e quanto me arrepio (todinha) com o seu poeminha "Só!"; é em mim que ele se lambuza, pois não é? Ui, ui, ui, ainda me sinto assim a modos que perdida nas nuvens... Mas lamento, não tem razão, e não tem razão porque apenas se refere apenas a uma circunstância (os meus olhos grandes, a minha ansiedade ansiosa, as minhas mãos nervosas, a minha cintura fresca)...; ai o que eu passei para corrigir o Ortega! Suspirou... Manhã com ar de chuva e tantas palavras de supetão de uma fada sem saber que sapatos calçar (chove, não chove e agora este poeminha, oh vida a minha, gaguejava ela...), acordaram-me três ou quatro dos meus neurónios ainda em bom estado. Corrigiu o Ortega Y Gasset? Não pude deixar de perguntar. Pois claro que corrigi, respondeu enquanto calçava uns sapatos fechados. Corrigi porque ele imaginava que a circunstância determina o que somos e o que fazemos numa luta constante com o destino e a liberdade individual; eu penso de maneira diferente: estou convencida que somos capazes de inventar o futuro devido às capacidades do córtex préfrontal do cérebro, porque é lá que se acoita a raiz da imaginação e da linguagem... Não percebo, invectivei-a, não percebo o seu arengar enfadado quando na base do poeminha estou eu e a minha relação com a minha-sua circunstância; e, assim sendo, o poeminha é (parece-me ser) uma manifestação conseguida do meu inconsciente em querer falar com o seu, e pelos vistos conseguiu, porque aquele poeminha não só a emocionou a rodos quanto a obrigou a responder-me ainda que muito apressada e sem tempo para conversar... Já não sei nada, nada, nadinha de nada, murmurou, que baralhada que eu estou, ai as coisas que eu sinto, ai que nervoso miudinho; logo agora (tinha que ser agora), os impulsos biológicos, as hormonas e os instintos haviam de tomar conta de mim, vou chegar mais de quinze minutos atrasada, ai vou, vou mesmo... Fique aqui comigo quinze minutos, só quinze minutos! Só quinze minutos, vá lá, e seja delicado!

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