Santo Expedito me acuda!


Oh meu caro! Ele há cada maduro nestes dias em que o sol torra os miolos ao mais desprevenido dos seres humanos! Meu adorado e rápido Santo Expedito vem em meu socorro, depressinha! Linda de viver, assim se mostrou admirada e apreensiva, com duas páginas rabiscadas (apontadas para mim), a única fada que tudo sabe e que tudo (quase tudo, óbvio) desvela. Mas, e então?! Perguntei. Olhe só para a primeira página, respondeu, e não terá dificuldade em perceber que se trata de uma cópia de uma página do bloco de notas de Darwin, rabiscada em 1837 num dia quente de início de Verão (um dia assim a modos como o de hoje), e que segundo os evolucionistas representa o conceito da evolução das espécies a partir de um antepassado comum... Então a segunda página, interrompi, é uma brincadeirinha de um maduro de miolos torrados? Sei lá, sei lá já eu, sei lá, meu caro, suspirou, de olhos grandes lavados, desajaulados e arregalados..., e se for verdade? Verdade qual? Qual verdade? Não pude deixar de a questionar. Olhou-me de olhos fitos; e, garantindo que foi ela que ensinou Darwin (que vaidosa, meu Deus!) a rabiscar (já atentou no meu novo bloco argolado de rabiscos soltos?), disse que a segunda página lhe tinha sido enviada com a seguinte explicação: "a base do tronco não é a origem da vida (o antepassado comum) mas sim a origem das caminhadas de Darwin para sua própria casa". Brincadeirinha de alguém, inisisti. Já nem sei o que lhe diga, meu caro, sussurrou, mas agora me recordo que da casa de Darwin à casa do sogro (perto do porto onde o Beagle estava ancorado) eram só ruelas com cruzamentos e bifurcações e olhe que Darwin teve dez filhos mas andava desconfiado... Pedi-lhe que fosse um pouco mais explícita  e me clarificasse o sentido do seu pensamento; mas ela, juvenil quanto baste (fica-lhe a matar o vestido de flores), preferiu uma sombra para rabiscar umas notas no seu bloco preto argolado de vida saudável e criativa... Tu queres ver, tu queres crer (não te ponhas a pau com ela, não te ponhas não!), pensei de mim para mim, que o tal maduro de miolos torrados ainda sou eu? Serão favas contadas, aposto, ai aposto... Santo Expedito me acuda!

Adenda

Adoro, adoro, adoro, meu caro, quando valoriza os meus olhos grandes; até me acotovelo para o ouvir dizer que o meu corpo acompanha os meus olhos quando eles vão tomar banho com a minha tartaruga preferida... Acontece que (para sua tristeza) não é o meu único admirador: olhe e pondere bem na perfeição dos meus olhos; foi a obra-prima da vida que eles são, que obrigou um conjunto de cientistas a estudar, estudar e a divulgar a evolução do olho humano... Que convencida!

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