Retenção no ensino básico em Portugal....

1. Acontece que ainda há espaço para a surpresa em Portugal... 
2. Vem esta afirmação a propósito de um excelente (muito bem delineado, muito bem estruturado e muito bem documentado) estudo, publicado no "Boletim Económico - Junho de 2014" do Banco de Portugal (pp. 63 a 87): "Retenção no ensino básico em Portugal: determinantes e impacto no desempenho dos estudantes". 
3. Em síntese, destaca-se como conclusão que: chumbar nos primeiros anos da escola (no primeiro e no segundo ciclo do ensino básico) tem efeitos negativos sobre o desempenho dos estudantes numa fase mais tardia do seu percurso escolar.
4. Eis o estudo em resumo: "A percentagem de alunos que repete um ano letivo não é homogénea nos países europeus, sendo Portugal um exemplo de um sistema de ensino onde a repetência é uma prática habitual. Este artigo estuda as determinantes da retenção escolar no ensino básico e analisa o seu impacto no desempenho dos alunos. Esta análise é efectuada para Portugal apresentando-se também alguns resultados para um conjunto de países europeus. Em Portugal, os atributos individuais, de família e dos colegas são importantes factores na explicação da repetência. Em particular, os alunos com menor maturidade e com piores condições socioeconómicas têm uma maior probabilidade de repetir. Os efeitos da retenção escolar são avaliados no quadro de um modelo de efeitos de tratamento. A repetência em níveis iniciais do ensino básico produz um efeito negativo no desempenho numa fase mais tardia, o que sugere que haverá vantagem em implementar práticas alternativas de apoio aos alunos desses níveis. Os efeitos de curto-prazo da repetência numa fase amais avançada do percurso escolar são, pelo contrário, positivos, embora de pequena dimensão, o que não parece questionar tal prática neste caso".
5. Acontece que ainda há espaço para a surpresa em Portugal, insiste-se, ou seja: para ler estudos interessantes sobre o funcionamento e sobre a qualidade (ou a falta dela) do sistema de ensino português, há que, com regularidade, consultar o Boletim Económico do Banco de Portugal.
6. Esta notícia merece ser lida para uma aproximação à importância do estudo.
7. Diz-se por aí "à boca pequena" que, no Ministério da Educação e Ciência de Portugal, ninguém (com responsabilidades) conhece o estudo ou ouviu falar dele ou leu a notícia...Más línguas!

Adenda (mensagem recebida com pontos de interrogação e de exclamação ao "Deus-dará"..., coisa estranha!)
Acabei de ler, meu caro, este "desabafo" de opinião, vou pensar mais uns minutos; mas cá para mim este Santana anda zangado com o Crato, pois não anda? Eu gosto mais do nome do primeiro do que nome do segundo, porque será?! Sabe o que se passa na minha cabeça, meu caro?! Sem responder, matutei comigo: até uma fada olha para assuntos importantes, deixando que a intuição decida!

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