Ponto final, parágrafo!

Decorreram, há dias, as comemorações do 25 de Abril de 1974 em Portugal; e decorreram sob o signo da conflitualidade, o que é um sinal claro da vitalidade da democracia, ainda que haja para aí gente que só pensa e fala em consensos..., não sabem o que dizem ou não são democratas, que lhe parece? Assim me questionou, em discurso corrido, a única fada que adora uma boa discussão. Concordo consigo e concordo sem qualquer dificuldade, respondi muito atento às expressões do seu rosto; mas mal que lhe pergunte, continuei, não lhe parece que quando em Portugal se vive uma crise social grave, uma parte das comemorações foi nem nem mais menos que uma manifestação emocionada de indignação? Ah, pois foi, disparou de rosto afogueado, claro que foi (imagine que eu estava tão zangada que até perdi o meu cravo vermelho); mas digo-lhe mais, insistiu ruborizada, compare os dois programas (Abril de 1974: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver; Abril de 2014: Reduzir, Reciclar, Reutilizar)... Sou todo ouvidos, soletrei as palavras. Meu adiador da vida, sibilou, o programa político de 1974 está cumprido (ninguém tem dúvidas); o programa político em curso (Reduzir salários através de políticas salariais e fiscais; Reciclar o papel do Estado obrigando os contribuintes a pagar educação, saúde e protecção; Reutilizar o dinheiro da classe média pressionando-a a obter crédito na banca) é uma vergonha... Mas, interrompi, suponho que esta política dos 3R´s (como lhe chama) não é só nacional... Nem me deixou acabar e, vociferando, interpelou-me: mas é ou não verdade que esta gentinha se porta como o Clever Hans? Mas quem é (ou quem foi) o Clever Hans? Não pude deixar de a questionar... Ui, ui, a sua ignorância, ui, suspirou, que vida a minha! O Clever Hans é o nome do cavalo de Wilhelm von Osten; um cavalo que sabia fazer contas de aritmética depois de aprender a responder à voz do dono... Fim de conversa, decidi, afoito e antes que o caldo se entornasse mais. Ponto final, parágrafo!

Adenda (mensagem gatafunhada em nervoso miudinho)
Fiquei aborrecida consigo, meu caro, fiquei mesmo... Essa sua ideia de me cortar a vontade de dizer que quero esfanicar alguns maduros que para aí andam, deixa-me de franja à banda... Adiante. Olhe com atenção para o cartaz que lhe envio, e diga lá se o camaleão não é um animal giro, ai é mesmo giro, é mesmo, pois é! O que me havia de acontecer, vida a minha! São João XXIII e São João Paulo II me acudam e guardem!

psd-beja

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