É um artista português, palavras para quê?!



Havia sim, havia em Portugal (já lá vão mais de 40 anos) um anúncio bem curioso e que passou para as gerações futuras, através da expressão: "Palavras para quê? É um artista português e só usa a pasta medicinal Couto"... A imagem (construída) e a memória do anúncio, vêem a propósito de uma velha polémica (já dirimida ou não, nem sei, nem quero saber) - "Há coisas que não se branqueiam numa cadeira de dentista" - , conjugada com um conjunto de afirmações sobre o 25 de Abril de 1974, aqui produzidas em destaque de estadista conceituado, e das quais, por agora, se realçam apenas duas. Uma, a afirmação que remete para o significado de um livro do general António de Spínola - "Portugal e o Futuro" - , publicado em 22 de Fevereiro de 1974, meses antes do 25 de Abril, e que muito portugueses leram e discutiram (e, entre os quais portugueses, alguns dos denominados "capitães de Abril", de certeza); mas trata-se de uma afirmação que ignora, ostensivamente, o papel do general Spínola depois do 25 de Abril de 1974 (desvela mais do que esconde, óbvio...): é um artista português, palavras para quê?! Outra, a afirmação que sublinha que, nos dias de hoje, falta modernidade ao sistema político; ora, acontece que o autor das afirmações é só, nem mais nem menos, o líder partidário que está há mais tempo no activo em Portugal (bem prega frei Tomás, faz o que ele diz e não o que ele...): é um artista português, palavras para quê?! 

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