Rendo-me!


Ai, meu caro, nem queira saber! O Zigmunt Bauman é incrível, aquele homem é muito lúcido, inteligente, é um mestre, pois não é?! Não é de certeza "zururu" (sorumbático, cinzento, sem interesse nenhum…). Acha que ele tem uma manta branca no sofá da sala? Perante esta avalanche de perguntas de uma fada ainda ontem tão cansada, pensei comigo: o que é que se terá passado desde ontem, será um mero acaso? Ela deve ter lido (sempre a mesma) o meu pensamento porque, com ar desenvolto, me respondeu, solícita: o acaso é o pseudónimo de Deus quando não quer assinar. Calei-me, tal era a minha surpresa e tão elegante estava de perfil, pescoço altivo (e um colar de pérolas, escondido?!), mãos finas, dedos perdidos e embrulhada num vestido carmim-magenta (que linda!). Não se deu por achada e, de mansinho, perguntou-me (franja desfranjada) se ela, num vão de janela namoradeira com uma almotolia de flores, a ler um romance (ofereço-lhe a imagem para guardar no seu baú de cerejeira, ciciou), e a ouvir uma bonita canção medieval, não tinha mesmo o dedinho de Deus. Sorri..., o dedinho de Deus!!! E ela: está-se a rir, mas é tão bom sonhar, é tão bom trautear "Eno sagrado, en Vigo baylava corpo velido. Amor ei"... Rendo-me!

Adenda (25-03-2014)
Desabafos (soltos) de fada-sábia
Eu estou tão linda nesta imagem, pois não estou? Adoro-me naquela paz, encostada à janela de guilhotina e a desfiar pérolas e letras, símbolos de fidelidade (as primeiras e as segundas…, pelo menos as inteligentes). Sabe, meu caro, que este início de ano tem posto à prova as minhas reservas de energia e a minha boa vontade de olhar este seu país (alvíssaras...; este só hoje descobriu onde tem vivido!) pelo prisma positivo... Estranho país o seu, meu atrapalhado mental, onde viver deixa um sentimento de impotência e de inconsequência e onde parece singrar a ignorância. A propósito de ignorância, sabia que eu desconhecia este projecto que parece muito ambicioso e inovador: a escola de direito de Coimbra está em alta (agora começo a perceber um pouco porquê, embora os alunos de Coimbra passem o curso sem abrir um código e sem saber interpretar uma lei…), veremos com que resultados práticos. Sabe que mais?! Não sabe, mas eu digo-lhe… Ainda não consegui entender como é que o tribunal pretendido pode ser, simultaneamente, um centro de investigação e formação e um verdadeiro tribunal de 1ª instância. Vou (ai isso vou e ninguém me vai impedir) acompanhar a evolução deste projecto, que já arranca com atraso (as obras estavam previstas para o 2º semestre do ano de 2013 e só agora há autorização (Resolução do Conselho de Ministros nº 23/2014) de despesa para abertura do procedimento de contratação para adjudicação da empreitada)… Se o tribunal que se pretende criar, servir para o costume (e costume no sentido jurídico também), ou seja, para uns quantos se promoverem e se empregarem de forma razoável (em acumulação de funções, claro), nem lhe digo, nem lhe conto o que vai acontecer... Quando a mostarda me chega ao nariz, não respondo por mim, sabe não sabe?

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