Os nomes a seu dono


Nas histórias que contares.
Ou logo os burros depois
Se queixam de os retratares:
«Mas são as minhas orelhas!
Este azurrar é o meu!
Se estas são minhas guedelhas!
Ai este burro sou eu!
Não me nomeie ele embora,
Toda a Pátria vai agora
Saber-me por burro, hin-hã
Ai que eu, hin-hã, hin-hã!
- Quiseste a um burro poupar
Logo doze hão-de zurrar."

Heinrich Heine, in Bom Conselho, tradução de Jorge de Sena

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